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Temporada 24-25, semana 15: esse escriba não tem paz!
Comecei escrevendo essa coluna e não pude deixar de me lembrar do Hobbit (ou Lá e De Volta Outra Vez). Por mais nerd que possa parecer, você vai entender em um dos pontos do texto abaixo.
(Nota do autor: a ideia era ser muito mais impactante com isso, sendo o ponto a que me referi o primeiro da coluna. Mas, como vocês sabem, a vida de Jimmy Butler perdeu total sentido em ser o ponto mais relevante depois do fim de semana que tivemos na NBA.)
Antes, não esqueça de dar o play, o like, compartilhar e dar aquela força em nosso da última semana, quando falamos das decepções (até agora, nunca se esqueça que sempre há tempo de decepcionar) da temporada.
Não se esqueçam também de entrar em contato comigo caso queira comentar algo que aconteceu de relevante ou algo sobre a coluna que acabou de ler.
Participe dessa coluna: fale comigo em qualquer lugar que você possa, através de e-mail, Twitter ou sinal de fumaça. Comente o que você achou incrível na semana que passou, na que está rolando ou, se for um vidente, nas que virão pela frente!
Sem mais delongas, vamos comemorar que janeiro acabou e falar sobre o que aconteceu entre 27/01 e 02/02.
O mundo estava em paz quando você chegou…
Foi o que Nando Reis disse ao descobrir que, entre sábado e domingo, o Los Angeles Lakers e o Dallas Mavericks chegaram a um acordo que mandaria Luka Doncic para a cidade da Califórnia. A bomba, como sempre, veio através de nosso querido Shams Charania:
BREAKING: The Dallas Mavericks are trading Luka Doncic, Maxi Kleber and Markieff Morris to the Los Angeles Lakers for Anthony Davis, Max Christie and a 2029 first-round pick, sources tell ESPN. Three-team deal that includes Utah.
— Shams Charania (@ShamsCharania) February 2, 2025O horário da revelação foi quase proibitivo para muita gente saber da verdade na hora, o que foi bom. No momento da ShamsBomb, muita gente achou que o jornalista da ESPN havia sido hackeado. Tyrese Haliburton demonstrou que tem notificações ativadas para Shams, tuitando um minuto depois:
Shams got hacked?
— Tyrese Haliburton (@TyHaliburton22) February 2, 2025Shams veio logo garantir que era verdade.
Yes, this is real. Sources tell ESPN: Full trade:
— Shams Charania (@ShamsCharania) February 2, 2025
– Lakers: Luka Doncic, Maxi Kleber, Markieff Morris
– Mavericks: Anthony Davis, Max Christie, 2029 LAL 1st
– Jazz: Jalen Hood-Schifino, 2025 Clippers 2nd, 2025 Mavericks 2nd https://t.co/bltojdTaQjIt's 1000% real: pic.twitter.com/ncNjpN37gU
— Shams Charania (@ShamsCharania) February 2, 2025E aí, obviamente, a internet se acabou em memes, reclamações e protestos. Eu só fui descobrir às 7h29, quando um amigo meu maníaco por ligar para pessoas (Breno Pequeno) me acordou por uma ligação no WhatsApp.
This is so accurate pic.twitter.com/LLU0gvzRlL
— MFFL (@Mavs_FFL) February 2, 2025Logo no primeiro momento, precisamos trazer uma live urgente, com Pedro Galindo e eu. Confira abaixo:
Totalmente do Neida (será?)
Ao longo do domingo, a história foi se desenrolando. Os primeiros relatos apareceram antes mesmo das comunicações oficiais dos times e nós começamos a entender como foi moldada a transação que levou Luka ao Lakers em troca de AD.
Primeiramente, Shams trouxe a informação que o Dallas Mavericks que fez a abordagem frente aos Lakers, oferecendo Luka Doncic. Depois, trouxerem as informações que essa conversa se originou há alguns meses, quando Nico Harrison, GM do Dallas, teria “brincado” com Rob Pelinka, VP do time de Los Angeles.
Harrison, então, veio a público explicar a decisão. Ele logo disse que acreditava que defesa ganhava campeonatos. O que deu uma camada a mais na especulação inicial, de que o Dallas sabia algo sobre a saúde de Luka e/ou estaria extremamente insatisfeito com a forma física do atleta. O post abaixo fez um pequeno agregado de lances que teriam dado material para o Dallas ficar P da vida com o esforço dele.
A internet não perdoa e achou tudo possível para ver sinais que o Dallas tava arretado com o fato de Luka estar acima do peso. Soltaram por aqui que ele estaria com 270 libras (120 quilos, mais ou menos). Depois acharam esse polêmico vídeo que Luka não pode nem tomar uma cerveja pra comemorar o título do Oeste.
Luka Doncic and his father, Sasa, after the Dallas Mavericks clinched a spot in the NBA Finals. pic.twitter.com/fbqhft2G6B
— Grant Afseth (@GrantAfseth) May 31, 2024Logo depois, o pai de Luka apareceu dizendo que a hipocrisia do Dallas o enojava, que o filho tinha se sacrificado muito.
Luka Doncic’s father sounds off:
— Legion Hoops (@LegionHoops) February 2, 2025
“With this trade, hypocrisy from the Mavs hurts me personally. I think Luka absolutely did not deserve this. I know he sacrificed a lot. I know Luka really respected Dallas.” pic.twitter.com/sWAoi7MCSMPor que a revolta?
Num primeiro momento, a gente pode pensar que é um pouco de exagero o pai de Luka tratar uma troca assim. Mas, antes de qualquer outra coisa, ele realmente parece ter se sentido ofendido. O filho, como sabemos, jogou as últimas temporadas quase que destruído fisicamente.
Ou seja, qualquer crítica à sua defesa também deveria passar certamente por isso. Por mais que Luka possa ter se descuidado do físico, o Dallas realmente aparenta ter se preocupado pouco com o fato dele precisar carregar o time.
Outro ponto extremamente relevante é que Luka Doncic deixou de ganhar 100 milhões de dólares a mais com a negociação. Bobby Marks, especialista em CAP, explica o cenário atual de Luka. Lembrando que, com o Dallas, ele poderia assinar uma extensão de 345 milhões para 5 anos.
Here are the contract options for Luka.
— Bobby Marks (@BobbyMarks42) February 2, 2025
Despite the super max extension off the table, Doncic should actually make more in the long run.
Important to note that if Doncic does not sign an extension in August, the financial playing field in what the Lakers can offer and a team… pic.twitter.com/wMJRHWY9pHNo fim, parece que o mais provável agora é que Luka faça uma renovação mais curta com o time de LA, até 28-29, quando ele ficaria elegível novamente ao supermax pelos 10 anos de serviços na liga. Lá, ele poderá assinar por 5 anos e 418 milhões de dólares.
Nem LeBron sabia
Todos sabem que LeBron James tem muita influência na montagem dos elencos que são reunidos ao seu redor. Mas, dessa vez, aparentemente a decisão foi tomada sem qualquer comunicação prévia com a estrela. David McMenamin relatou que James só soube da transação após o jogo de sábado contra o New York Knicks.
LeBron James learned of the Davis-Doncic trade after the Knicks game when it broke while he was out to dinner with his family, sources close to James told ESPN. James was surprised by the news, is processing it and had no idea it was in the works, sources said.
— Dave McMenamin (@mcten) February 2, 2025James e Davis têm uma relação muito próxima, desde que AD foi levado para LA. Os dois foram o ponto central do time campeão da NBA em 2020 e criaram uma relação muito forte, que nem é tão comum entre estrelas de times.
Mas o fato é que, depois do anúncio da troca, não tivemos reação de LeBron com relação a Luka, somente post com saudades do seu antigo companheiro.
A reação de Luka
A parte que diz respeito ao Dallas foi muito mais dissecada nas horas pós-troca. Luka ficou caladinho por um tempo, com a primeira reação tendo vindo de seu pai, como já vimos aqui.
Mas durante a noite de domingo, Luka apareceu com duas mensagens. Uma foi para os fãs de Dallas, a outra foi um retuíte do post dos Lakers sobre sua chegada e deixou algumas palavras no ar.
#MFFL pic.twitter.com/qVMcV2uh5m
— Luka Doncic (@luka7doncic) February 2, 2025Grateful for this amazing opportunity. Basketball means everything to me, and no matter where I play the game, I’ll do so with the same joy, passion and goal – to win championships. https://t.co/psfgI5o9Pn
— Luka Doncic (@luka7doncic) February 2, 2025Claramente Luka não tinha qualquer intenção de se mudar de Dallas. Deixou um recado para os fãs, falou sobre a cidade e eles serem especiais. Na sequência, citou o tuíte de seu anúncio pelos Lakers e desabafou um pouco. Agradeceu pela incrível oportunidade. Como ele não é um qualquer, sabemos que é um dos melhores do mundo, aqui parece ser uma clara cutucada a Nico Harrison e aos donos que não o quiseram.
Luka ainda falou que o basquete é a coisa mais importante da vida dele, não importando onde ele esteja.
Ei, eu tô aqui!
No desespero para reclamar do Dallas, se revoltar com Nico Harrison, odiar os Lakers ainda mais, a gente acabou esquecendo de falar um pouco sobre Anthony Davis.
Na semana passada, você viu aqui que a estrela dos Lakers ainda gostaria de competir por títulos e, além disso, reiterou sua vontade de jogar como 4 novamente, ao lado de um pivô. A solução veio imediatamente, como pontuou nosso apoiador Filipe Belinasso em nosso grupo de WhatsApp:
Davis, tido como um dos melhores defensores da NBA desde que entrou na liga, vinha fazendo uma temporada muito boa. 25,7 pontos de média, além de 12 rebotes, 2,1 tocos e 1,3 roubos de bola por cada duelo.
Aparentemente, pelo que foi reportado, a intenção do Dallas era ir atrás dele desde o primeiro momento. Na verdade, alguns rumores aleatórios deram conta que o time teria tentado Giannis Antetokounmpo, mas o Milwaukee Bucks não teria entrado na dança.
Fica claro que o roteiro de Harrison para justificar a troca era trazer algum jogador de impacto, estrela consolidada e também muito capaz defensivamente.
Muito se falou sobre o Dallas ter pego somente uma escolha dos Lakers na transação, mas geralmente trocas envolvendo estrelas no auge tem um padrão diferente das trocas de jogadores que estão consolidados por jovens com potencial (muito ou não). Vejamos alguns exemplos abaixo de como funciona a troca sem uma estrela estabelecida nos dois lados.
Vejamos como foi Paul George:
QUE LOUCURA! Paul George é trocado para os Clippers por Shai Gilgeours Alexander, Danilo Gallinari, 4 picks de first round sem proteção, 1 pick de first round protegida e 2 direitos de trocar a ordem das escolhas.
— 4theWin (@_4thewin) July 6, 2019
Meu. Deus.
Via: @wojespn pic.twitter.com/FQTIzWwkojAgora uma estrela menos calórica:
The Hawks have traded Dejounte Murray to the Pelicans for Larry Nance Jr., Dyson Daniels, 2025 first-round pick (via Lakers) and a 2027 first-round pick! pic.twitter.com/SfO387X7Ya
— Basketball Forever (@bballforever_) June 28, 2024Agora envolvendo mais peças pesadas, sem entrar no mérito de ter funcionando após a troca.
Knicks have acquired Karl-Anthony Towns from Minnesota for Julius Randle, Donte DiVincenzo and a first-round pick via Detroit, sources tell me and @JonKrawczynski. pic.twitter.com/FafQlY48Y1
— Shams Charania (@ShamsCharania) September 28, 2024No fim das contas, o Dallas saiu com uma estrela, que ainda está em seu auge, acabou de vir da maior temporada em termos de jogos e está sempre entre os melhores da liga. Isso quer dizer que…
… foi boa pro Dallas?
Lógico que não. Ninguém troca uma estrela como Luka Doncic do jeito que foi. O Dallas não pesquisou valores na liga, não saiu oferecendo por aí. Nico Harrison colocou na cabeça que queria AD e, a partir desse momento, ele perdeu qualquer chance de realizar negociações mais interessantes.
Acho que esse trecho abaixo no podcast de Bill Simmons, Ryen Russillo define bem o sentimento de todos ao dizer que Luka valeria o supermax mesmo se ele viesse conduzindo a bola em quadra enquanto fuma um cigarro.
russillo made me spit out my coffee pic.twitter.com/niEBk4kdC1
— J. Kyle Mann (@jkylemann) February 2, 2025Pra se ter uma noção exata do que significa essa movimentação, talvez poucas coisas sejam mais interessantes de se ler hoje do que o post de despedida no perfil oficial dos Mavs no Twitter. Cuidado, você pode perder horas aqui.
🪄Rookie of the Year
— Dallas Mavericks (@dallasmavs) February 2, 2025
🪄5x All-Star
🪄5x All-NBA First Team
🪄WCF MVP
🪄23-24 Scoring champion
Your impact on this team & this city will never be forgotten, 77. Mavs family for life. Thank you for the magic.
Hvala, Luka 💙 #MFFL pic.twitter.com/vtfRRStLANE os outros?
Sim, os outros! Os outros! A troca não foi feita no pau a pau, então temos alguns nomes envolvidos. O Dallas ainda pegou o jovem Max Christie, que estava achando um lugar muito sólido na rotação do time, inclusive como titular, por conta de sua defesa e capacidade de chute.
Christie não havia demonstrado grandes lampejos até antes dessa temporada, mas ele é um ala extremamente jovem. Com apenas 21 anos, ele está em sua terceira temporada. Ou seja, ele passou pelas dores de crescimento já dentro da liga. Pensando que o backcourt dos Mavs tem Kyrie e Klay, Christe pode ser um bom ativo nos próximos anos.
Já o time de Los Angeles recebeu o ala Maxi Kleber e o pivô Markieff Morris, que foi campeão com o time em 2020. Particularmente não vejo muito espaço para o último, enquanto o primeiro pode até ser envolvido em alguma negociação, por ter um contrato expirante de 11 milhões de dólares.
E os times, afinal?
Conforme falei na live, a troca deixa os Lakers em uma posição diferente dos Mavs. Enquanto o time de Dallas parece ter uma lineup muito clara definida, com Kyrie, Klay, Grimes, AD e Lively (ao voltar de lesão), os Lakers estão com redundância nas alas e poucos pivôs disponíveis.
O Dallas parece um pouco mais funcional com uma dupla que tem maior potencial de se complementar sem grandes problemas. Óbvio que Jason Kidd, técnico da equipe, foi visto com cara de enterro (abaixo) na conferência com Nico Harrison. Mas, na prática, pode ser que ele consiga potencializar a dupla AD – Lively. Kidd era assistente técnico de Frank Vogel em 2020, quando os Lakers foram campeões da NBA com AD e JaVale McGee no garrafão e uma defesa muito eficaz e poderosa.
O GM do Mavs acabou de dizer que, é melhor pro Mavs ter AD do que Luka Doncic tanto pra vencer no presente, quanto pra vencer no futuro.
— The Magic 🇧🇷🔮 (@TheMagicBR) February 2, 2025
Doncic tem 25 anos
AD tem 31
Ele pegou apenas UMA PICK nessa troca inteira, trouxe um jogador com inúmeros problemas de lesão e AINDA FALA… pic.twitter.com/QORrrTQywMPela parte dos Lakers, é provável que, quando Luka estiver disponível, o time alinhe com Luka, Austin Reaves, LeBron James, Rui/DFS/Vando e Jaxson Hayes. Claramente existe uma queda de peso para o frontcourt, apesar de ter muitos nomes, e as notícias já dão contar que Rob Pelinka e seus asseclas estão correndo atrás de um pivô titular.
Lakers new roster post Anthony Davis/Luka Doncic trade (still can't believe I'm typing that).
— JSM (@JSMonYT) February 2, 2025
What stands out? pic.twitter.com/M4RphpO3l5Difícil ter uma ideia real sobre o que exatamente está acontecendo, mas obviamente que já foram ventilados os nomes de Nikola Vucevic, Robert Williams III e, mais recentemente, o sempre machucado Mitchell Robinson.
Além disso, talvez o time precise achar um balanço melhor interno na adaptação de Luka. O esloveno vinha tendo problemas na defesa, e o time acabou enviando um dos poucos defensores de perímetro confiável que tinha. A partida de AD já requer uma adaptação muito grande para a proteção do garrafão e os nomes ventilados não são necessariamente grandes defensores ou capazes de ficar em quadra por muitos jogos. Vamos ver o que o time angelino reserva de ações.
E o dinheiro dos times?
Outro ponto relevante da troca é que deu um alívio financeiro aos times, de forma bem peculiar. Primeiramente, Anthony Davis tinha em contrato um mecanismo chamado trade kicker, que lhe daria um percentual a mais no salário, caso trocado.
Mas Davis abriu mão de 5,9 milhões de dólares. Esse dinheiro sairia do Los Angeles Lakers, mas contaria na folha salarial do Dallas Mavericks. Isso favoreceu o time texano, que ficou 6,2 milhões de dólares abaixo do 1º limiar do cap. Isso modifica bastante as ações que os Mavs podem fazer na deadline, uma vez que podem receber mais dinheiro do que enviar em transações.
E o mercado, como fica?
Uma troca como essas perto do prazo para limite de transações, que será na quinta-feira (6), obviamente mexe com peças que não estavam sequer no tabuleiro. Além dos times envolvidos, que podem se mexer para pequenos ajustes, o mercado também acaba sendo influenciado.
Um ponto que veremos se irá mudar é o ponteiro das escolhas. Como vimos acima, muitas trocas recentes foram envolvendo caminhões de escolhas de 1ª rodada. Como veremos mais à frente, também rolou uma troca de estrela no domingo e, talvez, ela tenha sido um pouco diferente.
Outro fato importante é que a gente viu um momento raríssimo de troca de estrela sem que ela tivesse pedido troca. A reação do público e dos jogadores foi bem curiosa. Os fãs do Dallas foram protestar na Arena e vários companheiros postaram mensagens de tristeza ao ver Luka partir, especialmente.
Dallas Mavericks fans brought a coffin outside American Airlines Center, the Mavericks’ home arena, while playing “See You Again” in protest of the Luka Doncic trade pic.twitter.com/nvtO4QjPko
— FearBuck (@FearedBuck) February 2, 2025Fica o questionamento se outros diretores ao redor da liga voltarão a ter coragem de trocar suas estrelas (Olá Zion!) ou se foi uma movimentação completamente fora da casinha.
Reações de todos
Aliás, já que falamos das reações dos torcedores, vale a pena fazer um apanhado das reações dos jogadores da NBA. Mas a troca, tão importante que foi, angariou gente de todos os meios comentando, como as estrelas da NFL Patrick Mahomes, quarterback dos Chiefs e Maxx Crosby, um dos melhores defensores do futebol americano.
😳
— Dirk Nowitzki (@swish41) February 2, 2025🥶🌎
— Giannis Antetokounmpo (@Giannis_An34) February 2, 2025WOWWWWW NO F WAY
— Joel Embiid (@JoelEmbiid) February 2, 2025I’m sick rn…. https://t.co/IGiojb3OXT
— Patrick Mahomes II (@PatrickMahomes) February 2, 2025April fools right?
— Jalen Brunson (@jalenbrunson1) February 2, 2025Wow it’s real lol 😂 I’m going to sleep
— CJ McCollum (@CJMcCollum) February 2, 2025Gotta pack them bags just in case now a days . If the Don got traded only lord knows
— CJ McCollum (@CJMcCollum) February 2, 2025Luka lake show 👀
— Dwight Howard (@DwightHoward) February 2, 2025Excuse me…… They Did Not Just Trade Luka….
— Maxx Crosby (@CrosbyMaxx) February 2, 2025E não é só isso!
A loucura parecia finalizada quando fomos nos preparar para dormir no domingo. Mas não foi bem assim. Lá pelas 22h30, Shams veio com outra bomba.
BREAKING: Sacramento is finalizing a trade to send De'Aaron Fox to the San Antonio Spurs in a multi-team trade that moves Chicago Bulls' Zach LaVine to the Kings, sources tell ESPN. pic.twitter.com/Ftmo8N4hMj
— Shams Charania (@ShamsCharania) February 3, 2025Dez minutinhos depois, ele veio com a troca completa e deixou todos abismados.
Full trade:
— Shams Charania (@ShamsCharania) February 3, 2025
Spurs: De'Aaron Fox, Jordan McLaughlin
Kings: Zach LaVine, Sidy Cissoko, three first round picks (2025 CHA, 2027 SAS, 2031 MIN), three second round picks (2025 CHI, 2028 DEN, 2028 own back)
Bulls: Zach Collins, Tre Jones, Kevin Huerter, their own 2025 pick via SAS https://t.co/UgwylCUYAOA ida de De’Aaron Fox para San Antonio já estava sendo ventilada há um tempo. Alguns memes surgiram, porque supostamente os Spurs não queriam envolver nem o novato Stephon Castle na troca. Todas pessoas com alguma noção pensaram: se não querem mandar nem Castle por Fox, essa troca está morta. Mas não foi o que aconteceu. Os Spurs conseguiram pegar a estrela do Sacramento Kings oferecendo somente escolhas futuras.
Quando parecia que já era pouco, a gente viu no detalhamento da troca que os Spurs sequer mandaram uma escolha própria, mantendo toda e qualquer possibilidade de abortar em algum ano em que tudo der errado.
O Chicago Bulls também entrou na parada para recuperar a própria escolha do draft de 2025. O curioso é que essa escolha tinha ido para os Spurs por conta da troca de Chicago com o time texano por DeMar DeRozan em 2021. Ela era protegida até o Top 10.
Então, nesse episódio de Dark, a gente viu que o Chicago desistiu de ter DeRozan ano passado, deixou ele partir para Sacramento, renovou com Zach LaVine para não perdê-lo de graça e… aceitou uma escolha que já seria deles caso eles não tivessem ido atrás de DeRozan como solução e o tivessem descartado um pouco depois.
Como o GM do Bulls se sentiu após trocar LaVine por uma pick que já seria do Bulls de qualquer forma:pic.twitter.com/IsuICasSOp
— Camarada Wood (@camarada_wood) February 3, 2025Espero que não tenha dado para entender, porque a intenção era essa mesma. Franquias disfuncionais fazem isso pra ficar difícil da gente julgá-los.
No fim das contas, os Spurs estão sorrindo de orelha a orelha ao parear uma dupla que tem tudo para ser um inferno de se defender sem ter perdido um único ativo com futuro na franquia, como Jeremy Sochan, Devin Vassell ou Stephon Castle. Os Kings, perderam a sua estrela para ter um jogador que não parece ter o melhor encaixe do mundo para eles – mas ei, eles não perderam de graça!
Como disse o poeta Chorão: como pode tudo mudar em um segundo sem pensar? João, e as escolhas?
Sim, meu caro leitor, as escolhas! Elas são um grande alento para o torcedor do Sacramento Kings perder Fox. Deixo abaixo o histórico recente de recrutamentos da franquia da capital da Califórnia.
Ano Escolhas Jogadores 2024 13 Devin Carter 2023 54 Jalen Slawson 2022 4 Keegan Murray 2021 9 e 39 Davion Mitchell, Neemias Queta 2020 12, 34 Tyrese Haliburton, Jahmius Ramsey 2019 40, 60 Justin James, Vanja Marikovic 2018 2 Marvin Bagley 2017 5, 34 De’Aaron Fox, Zach Collins 2016 59 Isaiah Cousins 2015 6 Willie Cauley-Stein 2014 8 Nik Stauskas 2013 7, 36 Ben McLemore, Ray McCallum Não dá pra negar: estamos ansiosos pra ver a dupla Foxbanyama em ação.
Pode pedir música!
Pouco tempo depois da publicação da última coluna, na última segunda-feira (27), o nosso querido Shams Charania veio com novas informações sobre a novela favorita dele na temporada: Jimmy Butler contra o condado de Miami-Dade.
A informação era que Jimmy seria suspenso, pela terceira vez, pela equipe da Flórida. A poucos dias do prazo final para trocas, no dia 6 de fevereiro, o recado parecia claro.
ESPN story on the Miami Heat issuing their third suspension of the month to Jimmy Butler — this time indefinitely — just ahead of five upcoming games before the Feb. 6 NBA trade deadline: https://t.co/5HfeBV6JTx
— Shams Charania (@ShamsCharania) January 27, 2025Além do recado, também nos ficou claro uma situação, até então, atípica na carreira de um dos maiores nomes das artimanhas de bastidores da história da NBA: Pat Riley. Desde o começo da celeuma, vimos uma quebra de braço entre o atleta e seus representantes, o Miami Heat e, até mesmo, a mídia.
Hoje, parece que Riley perdeu a oportunidade de tocar isso de uma forma mais interessante para a franquia. Ou melhor: não se antecipou a um problema que parecia estar prestes a explodir. É extremamente improvável que, de dentro da organização, Riley não soubesse que poderia ter que lidar com esse elefante dentro da sala em algum momento da temporada.
Como dizem hoje: AURA. Riley sempre pareceu gostar da linha tênue entre ser uma mente brilhante do basquete e um mafioso da bola laranja Provavelmente se valendo de sua capacidade e conhecimento da liga, além do seu histórico de bons negócios e montagens extremamente capazes de elencos, Pat confiou no seu próprio taco.
Mas Jimmy Butler não é um qualquer. Um jogador extremamente talentoso, competitivo e capaz de transformar o nível do time onde está, isso é inegável. Mas também, um dos maiores egos da geração e uma das pessoas mais difíceis de lidar no que diz respeito ao basquete. Fora das quadras, Butler parece ser um cara agradável, ou, pelo menos, menos mala do que é no trato do basquete.
E assim vai a novela da temporada até agora. Dois nomes grandes tentando ver quem vai perder menos. Ou melhor: talvez ainda estejam tentando ver uma forma de sair ganhando. A verdade é que essa marca vai nos deixar questionando coisas para os dois lados. Estaria Riley num momento inédito da carreira? E o que significaria essa eventual incapacidade de não ser o clássico algoz de franquias desprevenidas?
E Butler? O que ele significa hoje na NBA? Em que momento ele ou a franquia onde ele estiver deve parar de se preocupar com seu vultoso contrato para se preocupar com a próxima insatisfação e eventual novela?
Enfim, cenas dos próximos capítulos.
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Episódio 21: Seleção das decepções
Na semana passada, elegemos nossos All-Stars. Nesta edição, resolvemos apontar os jogadores que mais estão nos decepcionando na atual temporada. Montamos o nosso starting five de frustrações, e ainda citamos outros nomes cujas performances também andam nos deixando meio frustrados. Dá o play!
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POSTS RECENTES
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Trade Deadline 2025: O que cada time deveria fazer?
O período para trocas se esgota dia 6 de fevereiro, e não houve muita movimentação. Provavelmente devido aos grandes contratos que podem ser movidos (Beal, Butler, LaVine…). Alguns times provavelmente vão tentar alguma coisa. Outros têm que fazer trocas. Difícil saber exatamente o que a diretoria de cada time tem em mente, mas podemos tentar definir o que seria mais lógico, a nossa opinião, para cada franquia neste momento.
Passamos então a ficha de cada time para a Trade Deadline, incluindo: a situação salarial; o que deveria fazer; as necessidades do elenco (a urgência está indicada por [♦], de zero a cinco), os principais recursos (exceções, escolhas de draft) e, por fim, quem possivelmente estaria disponível por qualquer motivo que seja (contrato, encaixe, lesão, minutagem baixa, etc.).
Atlanta Hawks
Situação: US$ 1,3 milhão abaixo da luxury tax | hard-capped? sim (1º Limiar)
O que deveria fazer: melhoria pontual no elenco, continuar abaixo da luxury tax
Atlanta parece ter se encontrado nesta temporada com as aquisições que fez. O time está acima do desempenho do ano passado e tem chances de se classificar direto para os playoffs com um empurrãozinho, mas claramente ainda não está a um (nem dois ou três) movimentos de virar candidato ao título. Ainda assim, pode ser um bom momento para consolidar o elenco se desfazendo de jogadores que estão lesionados ou fora da rotação.
O contrato expirante de Capela pode ser atraente para times mais caros, mas dificilmente o gerente-geral Landry Fields aceitará contratos maiores em troca, já que Atlanta está perto da luxury tax — e Tony Ressler, manda-chuva da franquia, é famoso por não gostar de gastar muito. A quantidade e frequência de lesões estão limitando uma evolução maior do Hawks, por isso aquisições pontuais de fim de rotação ajudariam na corrida pelos playoffs.
Necessidades: armador reserva [♦♦♦], pivô reserva [♦♦], pontuador reserva [♦♦]
Principais recursos: TPE US$ 25 mi (D. Murray), TPE US$ 3,7 mi (AJ Griffin), BAE, NT-MLE1, escolhas de 1ª rodada (melhores: LAL 2025, ATL 2028 a 2031)
Jogadores possivelmente disponíveis: Clint Capela (US$ 22,2 mi, expirante), Bogdan Bogdanovic (US$ 17,2 mi), Kobe Bufkin (US$ 4,3 mi), Cody Zeller (US$ 3,5 mi), David Roddy (US$ 2,9 mi, expirante), Mouhamed Gueye (US$ 1,9 mi)
Boston Celtics
Situação: US$ 7,6 milhões acima do 2º Limiar | hard-capped? não
O que deveria fazer: reduzir folha salarial
Afora uns jogos irregulares aqui e ali, não há muita preocupação para o atual campeão da NBA, especialmente com a ascensão de Payton Pritchard como pontuador saindo do banco. Não seria absurdo Boston fazer pequenos movimentos de ajuste de elenco, como trazer um outro armador de ofício ou despachar um dos três pivôs reservas (Tillman, Kornet ou Queta).
Mas o principal foco dos Celtics muito provavelmente será mandar algum salário para reduzir sua folha, já que o custo não só já está alto como vai explodir ainda mais ano que vem com a entrada da renovação de Jayson Tatum. O time de Massachusetts vai pagar multas pesadas por estar quase US$ 26 milhões acima da luxury tax, então qualquer economia terá um impacto que vai além da mera folha salarial. Jaden Springer (US$ 4 mi) é o maior candidato a ser trocado.
Necessidades: armador reserva [♦]
Principais recursos: Exceção de salário mínimo, escolhas de 1ª rodada (melhores: BOS 2025 a 2027, 2030 e 2031)
Obs.1: Boston tem uma TPE US$ 2 mi (Banton), mas, por estar acima do 2º Limiar, está proibido de usar TPEs criadas ano passado.
Jogadores possivelmente disponíveis: Jaden Springer (US$ 4 mi), Baylor Scheierman (US$ 2,5 mi, calouro), Xavier Tillman (US$ 2,2 mi), Neemias Queta (US$ 2 mi), Jordan Walsh (US$ 1,9 mi)
Obs.2: Luke Kornet tem direito a vetar trocas. Jayson Tatum não pode ser trocado por ter assinado o supermax2.
Brooklyn Nets
Situação: US$ 677 mil abaixo da luxury tax | hard-capped? sim (1º Limiar)
O que deveria fazer: trocar jogadores por jovens e/ou recursos futuros, reduzir folha
Sendo realista, o Nets pode virar um dos piores times da década se continuar trocando jogadores, mas a verdade é que alguns salários folha salarial da franquia não batem com o momento do time. O contrato de Nic Claxton (US$ 27,5 mi), por exemplo, é alto para um time que não está competindo, e pode ser muito atraente para contendores por ser decrescente.
Por outro lado, Brooklyn tem vários contratos expirantes que podem ajudar times a reduzirem a folha do ano que vem — em troca de mais algumas escolhas de draft, claro. Além disso, após ter trocado Dennis Schröder e Dennis Finney-Smith, o gerente-geral Sean Marks pode se dar ao luxo de cobrar caro pelo excelente contrato de Cameron Johnson (US$ 22,5 mi), já que mantê-lo no time não seria absurdo. Por fim, é óbvio que BRK não vai trocar suas escolhas de draft.
Necessidades: não se aplica (time em início de rebuild)
Principais recursos: TPE US$ 23,3 mi (M. Bridges), TPE US$ 3,7 mi (R. O’Neale), TPE US$ 2,9 mi (S. Milton), TPE US$ 2,6 mi (K. Bates-Diop), BAE, NT-MLE
Obs.: As escolhas de draft não foram listadas porque não faz sentido este time usá-las em troca.
Jogadores possivelmente disponíveis: Ben Simmons (US$ 40 mi, expirante), Nicolas Claxton (US$ 27,5 mi), Cam Johnson (US$ 22,5 mi), Bojan Bogdanovic (US$ 19 mi, expirante), De’Anthony Melton (US$ 12,8 mi, expirante), Ziaire Williams (US$ 6,1 mi), Dariq Whitehead (US$ 3,1 mi), Trendon Watford (US$ 2,7 mi, expirante)
Charlotte Hornets
Situação: US$ 7,2 milhões abaixo da luxury tax | hard-capped? sim (1º Limiar)
O que deveria fazer: melhoria pontual no elenco, rejuvenescer
Charlotte é outro time que vem sofrendo com várias lesões. Após um bom começo sem o pivô Mark Williams, perdeu Tre Mann, Grant Williams e, por fim, Brandon Miller — estes dois últimos, fora do resto da temporada. Sob nova administração desde a temporada passada, quando Michael Jordan vendeu sua participação majoritária, a franquia vem tentando se reencontrar. O lado bom é que Charlotte tem a maioria das suas escolhas de draft até 2031, e não deve se desfazer delas.
O gerente-geral Jeff Peterson se mostrou aberto a negócios na Trade Deadline do ano passado, e este ano já fez uma troca importante (Nick Richards por Josh Okogie). No entanto, no elenco ainda há alguns jogadores que podem ajudar outros times e têm salários modestos, como Cody Martin e Vasilije Micic. O Hornets já usou boa parte da R-MLE, mas ainda tem uma Exceção de Jogador Incapacitado (DPE) no valor de US$ 6,5 mi que conseguiu pela perda de Grant Williams. Como a lesão de Miller foi após o prazo de requerer à NBA, não foi possível pegar a DPE dele.
Necessidades: pivô reserva [♦♦], armador reserva [♦]
Principais recursos: DPE US$ 6,5 mi (G. Williams)
Obs.: As escolhas de draft não foram listadas porque não faz sentido este time usá-las em troca.
Jogadores possivelmente disponíveis: Cody Martin (US$ 8,1 mi), Vasilije Micić (US$ 7,7 mi), DaQuan Jeffries (US$ 2,4 mi)
Chicago Bulls
Situação: US$ 4,5 mi abaixo da luxury tax | hard-capped? sim (1º Limiar)
O que deveria fazer: rejuvenescer elenco, reduzir folha salarial
O Bulls é, de novo, o time da Trade Deadline que não se sabe que caminho vai tomar. Grande parte da torcida quer uma implosão total. Mas é preciso pensar bem no assunto: há menos de 10 anos, o Bulls entrou em reconstrução e não conseguiu absolutamente nada com isso. Daquela gestão, só resta a lembrança de escolhas de 1ª rodada erradas como Chandler Hutchinson e Denzel Valentine, e de calouros que não ficaram, como Daniel Gafford e Max Strus. Seria, no mínimo, arriscado recomeçar do zero com uma gerência que não produziu bons resultados.
O mais lógico a fazer, considerando o mercado de Chicago e a situação atual da franquia, seria cortar gastos e seguir um caminho semelhante ao de times que reequiparam o elenco em vez de implodir, como o Indiana. Isso significa trocar os maiores contratos e buscar jovens promissores que não estão tendo espaço em outros times. É possível, no entanto, que o Bulls realmente siga para um rebuild total. Nesse caso, quase ninguém estaria a salvo no elenco.
Necessidades: ala-pivô [♦♦♦], chutador [♦♦], pivô reserva [♦]
Principais recursos: TPE US$ 17,5 mi (D. DeRozan), TPE US$ 2,9 mi (A. Caruso), BAE, NT-MLE (parte), escolhas de 1ª rodada (melhores: CHI 2028 a 2031)
Jogadores possivelmente disponíveis: Zach LaVine (US$ 43 mi), Lonzo Ball (US$ 21,4 mi, expirante), Nikola Vučević (US$ 20 mi), Patrick Williams (US$ 18 mi), Jevon Carter (US$ 6,5 mi), Chris Duarte (US$ 5,9 mi), Dalen Terry (US$ 3,5 mi), Torrey Craig (US$ 2,8 mi, expirante), Talen Horton-Tucker (US$ 2 mi, expirante)
Cleveland Cavaliers
Situação: US$ 4,1 milhões abaixo do 1º Limiar | hard-capped? não
O que deveria fazer: melhoria pontual do elenco, apostar tudo
Cleveland e OKC são os melhores times de 2024-25, isso não resta dúvida. Mas não quer dizer que tudo é perfeito. O Cavs está baixo da média em rebotes e bem abaixo em tocos. Além disso, já ficou claro que qualquer desfalque de Jarrett Allen ou Evan Mobley compromete muito o time. Seria interessante, então, buscar um big reserva, não muito caro, para suprir algumas dessas necessidades.
Um ponto muito positivo para o Cavs é que os salários são muito bem distribuídos, com vários jogadores ganhando entre US$ 10 e 20 milhões, além de ter dois jovens interessantes que não têm tido espaço para jogar: Craig Porter Jr. e o calouro Jaylon Tyson. Isso facilita muito possíveis trocas. Não seria muito difícil usar alguns desses jogadores com salário médio e alguma escolha de draft para dar um upgrade no banco.
Necessidades: pivô reserva [♦♦♦], ala 3-and-D [♦]
Principais recursos: NT-MLE, escolhas de 1ª rodada (melhores: CLE 2030 e 2031)
Jogadores possivelmente disponíveis: Caris LeVert (US$ 16,6 mi, expirante), Isaac Okoro (US$ 10,2 mi), Georges Niang (US$ 8,5 mi), Jaylon Tyson (US$ 3,3 mi, calouro), Craig Porter Jr. (US$ 1,9 mi)
Dallas Mavericks
Situação: US$ 520 mil abaixo do 1º Limiar | hard-capped? sim (1º Limiar)
O que deveria fazer: melhoria pontual do elenco, reduzir folha salarial
A verdade é que o Dallas está numa encruzilhada nesta Trade Deadline. Devastado por uma quantidade enorme de lesões sérias, o time continua lutando, mas precisaria de muita coisa para chegar aos playoffs direto, como no ano passado. Luka Dončić perdeu boa parte da temporada até aqui com uma lesão que vem incomodando a estrela eslovena faz muito tempo. Talvez esta seja a melhor hora para dar um freio de arrumação e não apressar a volta de Luka.
Como tem sua própria escolha de 2025, o Dallas pode facilmente conseguir ficar dentro da lottery (top-16 do draft) se simplesmente tentar administrar a temporada sem correr riscos. Sendo um destino muito atraente para free agents, o Mavs pode tentar focar em abrir espaço em folha em 2025-26 despachando jogadores lesionados e que têm salário futuro. Trazer uns bigs para manter o time minimamente funcional seria uma boa opção para o momento.
Necessidades: pivô reserva [♦♦♦♦♦], ala-pivô [♦♦♦], chutador [♦]
Principais recursos: TPE US$ 16,2 mi (T. Hardaway Jr.), TPE US$ 4 mi (S. Curry), BAE, NT-MLE (parte), escolhas de 1ª rodada (melhores: DAL 2025, 2026, 2031)
Jogadores possivelmente disponíveis: Maxi Kleber (US$ 11 mi), Dwight Powell (US$ 4 mi), Dante Exum (US$ 3,1 mi, expirante), Markieff Morris (US$ 2 mi, expirante)
Denver Nuggets
Situação: US$ 5 milhões acima do 1º Limiar | hard-capped? sim (2º Limiar)
O que deveria fazer: reforçar elenco, sair do 1º limiar
Denver vem tendo relativo sucesso nesta temporada, mas esse “sucesso” tem nome e sobrenome: Nikola Jokić. Com mais uma temporada absurda, o sérvio vem compensando a perda de qualidade que ano a ano o Nuggets vem sofrendo, especialmente no banco. Com Jamal Murray mostrando lampejos de que ainda pode ser aquele cara e Russell Westbrook tendo encaixado perfeitamente no time, seria praticamente negligência se Calvin Booth não tentar ajudar Jokić a buscar mais um título.
Um dos problemas para isso, porém, é que Denver não tem muitos recursos. Com uma folha salarial muito concentrada nos titulares, restam apenas contratos baixos ou extremamente negativos (como o de Zeke Nnaji, que tem 4 anos), o que implicaria agregar valor escolhas de draft — coisa que o time do Colorado não têm. Também quase não tem exceções. Os únicos recursos disponíveis são alguns bons jovens (e outros não tão bons). Seja como for, no mínimo um chutador barato seria um bom reforço para o time que menos tenta de 3 pontos na liga.
Necessidades: pivô reserva [♦♦♦], chutador [♦♦♦]
Principais recursos: TPE US$ 5,2 mi (R. Jackson), DPE US$ 1,5 mi (D. Holmes)
Jogadores possivelmente disponíveis: Zeke Nnaji (US$ 8,9 mi), Dario Saric (US$ 5,2 mi), DaRon Holmes (US$ 3 mi, calouro), Jalen Pickett (US$ 1,9 mi), Hunter Tyson (US$ 1,9 mi)
Obs.: Vlatko Čančar estaria disponível, mas tem direito a vetar trocas. Aaron Gordon e Jamal Murray não podem ser trocados porque renovaram contrato.
Detroit Pistons
Situação: US$ 14 mi abaixo do teto salarial | hard-capped? não
O que deveria fazer: atuar como facilitador, melhoria pontual do elenco
Detroit vem tendo uma temporada que tem sido muito mais do que simplesmente “de recuperação”. O time parece ter encaixado e está figurando na zona de playoff. Seria temerário fazer mudanças profundas no elenco agora, especialmente envolvendo os veteranos que ajudaram a estabilizar o time. É nítido, porém, que algumas posições precisam de um upgrade.
Mas há um outro lado talvez ainda mais importante: o Detroit é o único time da liga com espaço em folha salarial no momento. Com os US$ 14 milhões disponíveis, o gerente-geral Trajan Langdon pode — pelo preço certo — absorver contratos que facilitariam trocas importantes. Por exemplo, se enviar o contrato de Pat Connaughton para o Pistons sem receber outro de volta, o Bucks sai do 2º Limiar e volta a poder agregar salários, o que viabilizaria receber contratos maiores. O cenário ideal para o Detroit seria usar esse espaço para receber um contrato de um jogador que possa ajudar na campanha atual. Por fim, o Pistons não deve gastar escolhas de draft agora.
Necessidades: armador reserva [♦♦♦], pivô titular/reserva [♦♦], ala reserva [♦]
Principais recursos: espaço em folha salarial (US$ 14 mi), R-MLE
Obs.: As escolhas de draft não foram listadas porque não faz sentido este time usá-las em troca.
Jogadores possivelmente disponíveis: Tim Hardaway Jr. (US$ 16,2 mi, expirante), Simone Fontecchio (US$ 7,7 mi), Wendell Moore Jr. (US$ 2,5 mi, expirante)
Obs.: Paul Reed não pode ser trocado por ter assinado contrato no decorrer desta temporada.
Golden State Warriors
Situação: US$ 330 mil abaixo do 1º Limiar | hard-capped? sim (1º Limiar)
O que deveria fazer: melhoria pontual do elenco, melhorar o ataque
O Golden State vem tendo literalmente uma temporada de altos e baixos. Após um início avassalador, o time teve uma queda drástica de produção e agora parece estar num limbo em que ganha ou perde jogos aleatoriamente. O dilema é o mesmo das últimas temporadas: maximizar os últimos anos produtivos de Stephen Curry. Houve até comentarista americano sugerindo que um time em ascensão, como o Orlando, viraria um contendor instantâneo se oferecesse um caminhão de recursos de draft e jogadores valiosos por Curry, o que viabilizaria o futuro do Warriors — do qual certamente o próprio Curry fará parte após se aposentar.
Mas, voltando à realidade, declarações recentes de Draymond Green e Curry revelam que Golden State não fez nenhum movimento mais drástico por um único motivo: falta de opção. Aparentemente, não havia trocas disponíveis que pudessem transformar o time em candidato ao título, que é a única coisa que importa na Bay Area. É possível, porém, impedir o time de afundar totalmente. Com o 20º ataque da liga no momento, reforços são necessários.
Necessidades: pontuador titular [♦♦♦♦], pivô ofensivo [♦♦]
Principais recursos: TPE US$ 2 mi (C. Joseph), BAE
Jogadores possivelmente disponíveis: Gary Payton II (US$ 9,1 mi, expirante), Kyle Anderson (US$ 8,8 mi), Kevon Looney (US$ 8 mi, expirante), Johnathan Kuminga (US$ 7,6 mi), Moses Moody (US$ 5,8 mi), Lindy Waters (US$ 1,9 mi, expirante), Gui Santos (US$ 1,9 mi)
Houston Rockets
Situação: US$ 10,5 milhões abaixo da luxury tax | hard-capped? sim (1º Limiar)
O que deveria fazer: despachar jogadores não utilizados
No início do ano, a resposta à pergunta “o que o Houston deve fazer na Trade Deadline?” com certeza não seria “nada”. O time tinha uma dificuldade enorme no ataque e sustentava sua boa campanha na base da defesa. Nas últimas semanas, porém, isso mudou. Houston agora está no top 10 em ataque e defesa. Vai muito bem, obrigado; mas ainda não é considerado um candidato ao título. É costume se dizer nesses casos que o time está “a uma peça” de virar contender.
Houston, de fato, está muito bem paramentado em termos de contratos e pode, se quiser, tentar dar um upgrade no elenco. Mas o gerente-geral Rafael Stone jogou água no fogo dos mais empolgados dizendo que este ainda é um ano para observar os jovens e que não faria grandes transações. Verdade ou não, o Rockets realmente sumiu das especulações. Ainda pode fazer alguma coisa por que tem o que oferecer, mas será surpreendente se for algo muito grande.
Necessidades: pontuador reserva [♦♦♦], chutador [♦♦]
Principais recursos: NT-MLE
Jogadores possivelmente disponíveis: Steven Adams (US$ 12,6 mi, expirante), Reed Sheppard (US$ 10 mi, calouro), Jeff Green (US$ 8 mi, expirante), Jock Landale (US$ 8 mi), Jae’Sean Tate (US$ 7,8 mi, expirante), Aaron Holiday (US$ 4,7 mi), Cam Whitmore (US$ 3,4 mi)
Indiana Pacers
Situação: US$ 120 mil abaixo da luxury tax | hard-capped? sim (2º Limiar)
O que deveria fazer: reforçar elenco, continuar abaixo da luxury tax
Mesmo com altos e baixos (principalmente da estrela Tyrese Haliburton) e lesões, o Pacers conseguiu uma boa sequência, finalmente melhorando na defesa e mantendo seu conhecido bom ataque. O maior problema talvez sejam os buracos no elenco. Tendo perdido dois pivôs logo no início da temporada, a diretoria de basquete formada por Chad Buchanan (GM) e Kevin Pritchard (presidente) logo trouxeram o veterano Thomas Bryant do Miami para tentar remediar a situação. Ajudou, mas ainda falta qualidade na rotação de bigs — ou ao menos alguém pra pegar rebotes. Indiana também precisa decidir se vai renovar com Myles Turner, porque, caso contrário, trocá-lo agora talvez seja uma boa.
O time está agora na zona de classificação direta para os playoffs e tem tudo para se manter por ali se mantiver as boas performances. A folha está alta, mas considerando o desempenho até aqui e o fato de ter chegado tão longe ano passado, a aposta em reforçar este elenco agora pode valer a pena.
Necessidades: pivô titular/reserva [♦♦♦♦♦], armador reserva [♦♦♦], ala reserva [♦]
Principais recursos: DPE US$ 2,2 mi (I. Jackson), DPE US$ 1,1 mi (J. Wiseman), BAE, NT-MLE, escolhas de 1ª rodada (melhores: IND 2025, 2028 a 2031)
Jogadores possivelmente disponíveis: Myles Turner (US$ 19,9 mi, expirante), Obi Toppin (US$ 13 mi), Aaron Nesmith (US$ 11 mi), Isaiah Jackson (US$ 4,4 mi), James Wiseman (US$ 2,2 mi)
Obs.: T.J. McConnell não pode ser trocado por ter renovado contrato.
Los Angeles Clippers
Situação: US$ 4,8 milhões abaixo do 1º Limiar | hard-capped? sim (1º Limiar)
O que deveria fazer: melhoria pontual no elenco, despachar jogadores não utilizados
Digamos que quem pensou que o Clippers iria tankar estava redondamente enganado. Nunca fez sentido achar isso, porque LAC não tem suas escolhas de draft pelo futuro próximo, acabou de inaugurar o espetacular Intuit Dome e tem um dono que simplesmente quer competir. Mas a campanha do Clippers surpreende ao menos um pouco pela rápida identidade defensiva que se consolidou (graças ao genial Jeff Van Gundy).
Se defesa não é um problema, o ataque por outro lado precisa melhorar. Mesmo com Ivica Zubac e Norman Powell jogando a nível de all-stars, o time ainda está entre os dez piores da liga. A volta de Kawhi Leonard às quadras certamente ajudará nesse quesito, mas o ideal seria o time trazer uma ou duas peças ofensivas consistentes (especialmente no frontcourt) para se segurar na zona de classificação direta aos playoffs. A maior dificuldade, no entanto, é o time não ter exceções disponíveis e estar com a maioria dos picks comprometidos… a não ser os bem distantes no futuro, cuja troca representaria um risco enorme ao futuro da franquia.
Necessidades: ala stretch-4 [♦♦♦], pivô reserva [♦♦], ala-armador ofensivo reserva [♦]
Principais recursos: NT-MLE (parte), escolhas de 1ª rodada (melhores: LAC 2030 e 2031)
Jogadores possivelmente disponíveis: P.J. Tucker (US$ 11,5 mi, expirante), Terance Mann (US$ 11,4 mi), Nah’Shon Hyland (US$ 4,1 mi), Amir Coffey (US$ 4 mi, expirante), Kobe Brown (US$ 2,5 mi), Kevin Porter Jr. (US$ 2,2 mi), Mo Bamba (US$ 2 mi, expirante), Cameron Christie (US$ 1,1 mi, calouro)
Obs.: James Harden tem direito a vetar trocas. Ivica Zubac não pode ser trocado porque renovou contrato.
Los Angeles Lakers
Situação: US$ 3,5 milhões abaixo acima do 2º Limiar | hard-capped? não
O que deveria fazer: reforçar elenco, continuar abaixo do 2º Limiar
Como todo fã de NBA sabe, não existe um mundo em que o Lakers não é cobrado para competir. E, enquanto LeBron e Anthony Davis estiverem saudáveis e jogando, o gerente-geral Rob Pelinka tem obrigação tornar o time competitivo — especialmente com uma folha salarial alta como está agora e com técnico novo. Ao que parece, a mentalidade já tem sido essa: os angelinos já adquiriram Dorian Finney-Smith, ala 3-and-D do Nets, e tudo indica que vão continuar nessa toada.
A defesa do Lakers tem oscilado bastante, mas já mostrou que pode ser de alto nível. Junte-se a isso a vontade expressa por Davis de jogar na posição 4 e o fato de o Lakers ser um dos piores times da liga em rebotes, e fica bem claro que o principal alvo do Lakers tem que ser um pivô que tenha capacidade de jogar ao menos metade dos minutos como titular ao lado de AD. Um upgrade e/ou reforço no backcourt também seria bem-vindo, principalmente defensivo.
Necessidades: pivô titular [♦♦♦♦♦], defensor de ponta de ataque [♦♦♦], armador reserva [♦]
Principais recursos: TPE US$ 1,9 mi (M. Lewis), TP-MLE, escolhas de 1ª rodada (melhores: LAL 2026, 2028 a 2031)
Jogadores possivelmente disponíveis: Rui Hachimura (US$ 17 mi), Gabe Vincent (US$ 11 mi), Jarred Vanderbilt (US$ 11 mi), Jalen Hood-Schifino (US$ 3,9 mi, expirante), Christian Wood (US$ 3 mi, expirante), Cam Reddish (US$ 2,5 mi, expirante), Jaxson Hayes (US$ 2,5 mi, expirante)
Memphis Grizzlies
Situação: US$ 1,8 milhão abaixo da luxury tax | hard-capped? sim (1º Limiar)
O que deveria fazer: adquirir um jogador nível all-star
Parecia difícil, mas depois de uma temporada desastrosa em termos de lesões, o Memphis conseguiu voltar a todo vapor, mesmo com um elenco bem diferente daquele que conquistou 51 vitórias e ficou em 2º na Conferência Oeste em 2022-23. Com uma folha barata, seus principais jogadores sob contrato, ataque e defesa top 5 da liga e vários recursos para negociar, a lógica seria o Grizzlies buscar uma troca para tentar disputar o título.
Essa troca de consolidação pode ter como alvo um ala ou um pivô all-star para jogar ao lado de Morant, Jaren Jackson Jr. e Desmond Bane. Também seria interessante fazer uma melhoria pontual na posição de armador e trazer alguém experiente de modo geral, já que Memphis é um dos piores da liga em turnovers e faltas.
Necessidades: all-star (pivô/ala) [♦♦♦], armador reserva [♦♦]
Principais recursos: TPE US$ 12,6 mi (S. Adams), TPE US$ 6,1 mi (Z. Williams), TPE US$ 2,7 mi (D. Roddy), TPE US$ 1,9 mi (Xavier Tillman), BAE, NT-MLE (parte), escolhas de 1ª rodada (melhores: MEM 2029 a 2031)
Jogadores possivelmente disponíveis: Marcus Smart (US$ 20,2 mi), Brandon Clarke (US$ 12,5 mi), Luke Kennard (US$ 9,2 mi, expirante), John Konchar (US$ 6,2 mi), Jake LaRavia (US$ 3,3 mi, expirante), Vincent Williams Jr. (US$ 2,1 mi), G.G. Jackson (US$ 1,9 mi)
Miami Heat
Situação: US$ 2,6 milhões abaixo do 2º Limiar | hard-capped? não
O que deveria fazer: trocar Jimmy Butler, reduzir drasticamente a folha salarial
A despeito da Heat Culture, Miami vem gradativamente perdendo competitividade. A fórmula de garimpar talentos não draftados continua trazendo alguns resultados, mas não o suficiente. Não bastasse isso, Pat Riley passou a ter que lidar com a dor de cabeça que todo mundo já está sabendo: Jimmy Butler quer ser trocado e está fazendo um furdunço na vida do Miami.
O melhor cenário para o Miami seria conseguir algo positivo (jovens, escolhas de draft) por Butler e, principalmente, contratos expirantes. Mas é difícil conseguir tudo isso com Butler alertando times interessados de que não quer ir para lá — portanto, não vai renovar. Se ele for um “aluguel”, o retorno da troca cai muito. Outro problema é que o salário de Butler é gigantesco, o que impede times acima do 2º Limiar de adquiri-lo, visto que não podem agregar salários (ou seja, só podem mandar um contrato por outro) e não podem receber mais salário do que estão mandando. Tudo contribui para a troca ser quase impossível, mas a pressão cresce a cada dia…
Necessidades: ala-pivô [♦♦♦], armador titular [♦♦], pivô reserva [♦]
Principais recursos: TPE US$ 2 mi (T. Bryant), TP-MLE, escolhas de 1ª rodada (melhores: MIA 2029 a 2031)
Jogadores possivelmente disponíveis: Jimmy Butler (US$ 48,8 mi), Terry Rozier (US$ 24,9 mi), Duncan Robinson (US$ 16,4 mi), Haywood Highsmith (US$ 5,2 mi), Josh Richardson (US$ 3 mi, expirante), Alec Burks (US$ 2,1 mi, expirante), Pelle Larsson (US$ 1,1 mi, calouro)
Obs.: Keshad Johnson não pode ser trocado por ter assinado contrato no decorrer desta temporada.
Milwaukee Bucks
Situação: US$ 6,5 milhões acima do 2º Limiar | hard-capped? não
O que deveria fazer: reforço no elenco, trocar Middleton, sair do 2º Limiar
Após um início bizarro, o Bucks parece ter deixado o pesadelo para trás e já figura na zona de mando de quadra do Leste. Porém, mesmo com mais uma temporada fenomenal de Giannis Antentokounmpo e o time finalmente entrando no top 10 em ataque e defesa, não tem muita gente colocando o Bucks como um sério pretendente ao título.
Um dos maiores problemas do Milwaukee é a folha pesada e engessada, com Giannis e Lillard sozinhos representando US$ 100 milhões (lembrando que o cap é US$ 140,6 mi…). Nessa situação, o veterano Khris Middleton, que está na franquia desde 2013-14, virou um problema: as constantes lesões e baixa produção fazem do contrato dele (US$ 31,7 mi) um custo alto demais para um time que já é muito caro. Além disso, o elenco tem muitos jogadores fora de rotação. Jon Horst, gerente-geral da franquia, já começa a sentir a cadeira esquentando…
Necessidades: ala titular [♦♦♦♦], armador reserva [♦♦], pivô reserva [♦]
Principais recursos: exceção de salário mínimo, escolha de 1ª rodada (MIL 2031)
Obs.: Milwaukee tem duas TPEs de US$ 2 mi (R. Lopez e C. Payne), mas, por estar acima do 2º Limiar, está proibido de usar TPEs criadas ano passado.
Jogadores possivelmente disponíveis: Khris Middleton (US$ 31,7 mi), Bobby Portis (US$ 12,6 mi), Pat Connaughton (US$ 9,4 mi), A.J. Johnson (US$ 2,8 mi, calouro), MarJon Beauchamp (US$ 2,7 mi, expirante), Delon Wright (US$ 2,1 mi, expirante), Taurean Prince (US$ 2,1 mi, expirante), Chris Livingston (US$ 1,9 mi), Tyler Smith (US$ 1,1 mi, calouro)
Minnesota Timberwolves
Situação: US$ 16 milhões acima do 2º Limiar | hard-capped? não
O que deveria fazer: melhoria pontual no elenco, sair do 2º Limiar
Depois de um período inicial de ajustes, Minnesota voltou voltou a ser competitivo, mas a demora pode custado caro: o Wolves ainda está na zona de play-in. Parte da explicação é a oscilação entre ataque e defesa. Quando um melhora, o outro piora; e vice-versa. A chegada de Julius Randle e Donte DiVincenzo mexeu demais na rotação de Chris Finch, forçando técnico a tentar fazer novamente o time funcionar. Para piorar, a armação titular nunca parece se estabilizar, com o veterano Conley indo para a reserva, mas tendo que voltar com a lesão de Donte, e ainda tem o calouro Rob Dillingham pedindo passagem.
O fato é que é muito mais fácil confiar na defesa do Wolves, um time que ficou em primeiro ano passado, do que no momento atual do ataque. Portanto, qualquer reforço deve ser no sentido de sanar as deficiências ofensivas, principalmente a dificuldade de finalizar no aro e de pontuar em geral. Apesar de o time estar bem do perímetro, um chutador de ofício viria a calhar.
Necessidades: pontuador reserva [♦♦♦], chutador [♦♦], armador reserva [♦]
Principais recursos: exceção de salário mínimo, TPE US$ 4,7 mi (K.-A. Towns), TPE 2,5 mi (W. Moore Jr.), escolha de 1ª rodada (MIN 2028)
Obs.1: Minnesota tem uma TPE de US$ 8,8 mi (K. Anderson) e outra de US$ 4 mi (T. Brown Jr.), mas, por estar acima do 2º Limiar, está proibido de usar TPEs criadas ano passado.
Jogadores possivelmente disponíveis: Julius Randle (US$ 33,1 mi), Terrence Shannon Jr. (US$ 2,5 mi, calouro), Joe Ingles (US$ 2,1 mi, expirante), Josh Minott (US$ 2 mi), Leonard Miller (US$ 1,9 mi)
Obs.2: Luka Garza tem direito a vetar trocas.
New Orleans Pelicans
Situação: US$ 2 milhões acima da luxury tax | hard-capped? sim (1º Limiar)
O que deveria fazer: reduzir folha salarial, trocar Brandon Ingram
Desnecessário dizer que a temporada do Pelicans tem sido uma verdadeira tragédia. A quantidade do jogos perdidos por lesão fez o time despencar na tabela. Já foi um grande feito sair da lanterna, mas, quando ensaia uma recuperação, algum outro jogador se machuca; de modo que as boas sequências dificilmente vão tirar New Orleans do penúltimo lugar do Oeste.
Sendo assim, a diretoria do Pelicans deveria considerar seriamente reduzir gastos com folha salarial — o que deve acontecer, já que todo ano a franquia escapa de pagar luxury tax com alguma transação marota. Já correram rumores de que todo mundo no time estava disponível para troca, mas isso perdeu força nas últimas semanas. Seja como for, tem muita gente disponível em New Orleans para troca, em especial Brandon Ingram, que não acertou renovação e deve ficar muito caro para esse time. Também dificilmente veremos eles gastando picks.
Necessidades: ala titular [♦♦], pivô reserva [♦], armador reserva [♦]
Principais recursos: TPE US$ 9,9 mi (J. Valančiūnas), TPE US$ 5,7 mi (K. Lewis Jr.), BAE, NT-MLE
Obs.: As escolhas de draft não foram listadas porque não faz sentido este time usá-las em troca.
Jogadores possivelmente disponíveis: Brandon Ingram (US$ 36 mi, expirante), C.J. McCollum (US$ 33,3 mi), Jeremiah Robinson-Earl (US$ 2,2 mi, expirante), Daniel Theis (US$ 2,1 mi, expirante), Javonte Green (US$ 2,1 mi, expirante), Karlo Matković (US$ 1,4 mi)
New York Knicks
Situação: US$ 535 mil abaixo do 2º Limiar | hard-capped? sim (2º Limiar)
O que deveria fazer: melhoria pontual no elenco
Embora esteja empolgada com o time, a torcida do Knicks certamente não esperava ver o Cavs tão acima. Mesmo estando com uma campanha muito boa até aqui, ainda há certa irregularidade de desempenho e oscilações de um dos dois lados da quadra. No momento, a defesa vem deixando a desejar. Na temporada, entretanto, o time continua bem posicionado, sendo top 5 no índice geral3.
E, apesar da curtíssima rotação do técnico Tom Thibodeau, o elenco tem alguns buracos da reserva que deveriam ser preenchidos. O principal é na ala: o Knicks simplesmente não tem peças apropriadas dessa posição no banco. O outro problema é a função de pivô reserva, que conta com Jericho Sims e o calouro Hukporti, que não se firmaram na rotação, além do sempre lesionado Mitchell Robinson, que sequer estreou na temporada até esta data. A dificuldade, porém, está nos recursos disponíveis para suprir isso. Devido à Stepien Rule4, no Knicks não tem escolhas para trocar, podendo apenas oferecer swaps.
Necessidades: armador reserva [♦♦♦], pivô titular/reserva [♦♦], ala reserva [♦]
Principais recursos: TP-MLE
Obs.1: New York tem uma TPE de US$ 3,8 mi (M. Flynn), mas, por estar acima do 2º Limiar, está proibido de usar TPEs criadas ano passado.
Jogadores possivelmente disponíveis: Mitchell Robinson (US$ 14,3 mi), Precious Achiuwa (US$ 6 mi, expirante), Jericho Sims (US$ 2,1 mi, expirante), Cameron Payne (US$ 2,1, expirante), Tyler Kolek (US$ 2 mi, calouro), Pacome Dadiet (US$ 1,8 mi, calouro)
Obs.2: Landry Shamet não pode ser trocado por ter assinado contrato no decorrer desta temporada.
Oklahoma City Thunder
Situação: US$ 10,9 milhões abaixo da luxury tax | hard-capped? sim (1º Limiar)
O que deveria fazer: melhoria pontual do elenco, apostar tudo
O Thunder caminha a passos largos para mais uma vez terminar na primeira colocação do Oeste, e ninguém tem menor dúvida de que os garotos de OKC são contendores ao título. À primeira vista, o elenco parece não ter defeitos, especialmente após a chegada de Caruso e considerando que Chet Holmgren deve voltar a jogar antes dos playoffs. Mas existem algumas arestas podem se aparadas para deixar esse time ainda mais forte.
Com a folha tão barata, OKC poderia facilmente consolidar sua posição como um dos favoritos trazendo alguém com mais experiência e/ou melhor desempenho do que os que estão no banco — mas tudo muito pontual, já que um dos fortes desse time é o entrosamento e o clima de amizade. Mexer com química de vestiário é sempre algo arriscado. Outra opção seria usar um ou mais jovens que estão sem jogar e têm pretendentes no mercado para agregar valor em pacotes de trocas.
Necessidades: armador reserva [♦♦♦], pivô reserva [♦♦]
Principais recursos: R-MLE, escolhas de 1ª rodada (melhores: PHI 2025 [7-30]; UTA 2025 [11-30]; OKC 2029 a 2031; vários swaps pela escolha mais favorável de HOU, DAL, LAC e DEN)
Jogadores possivelmente disponíveis: Isaiah Joe (US$ 13 mi), Aaron Wiggins (US$ 10,5 mi), Kenrich Williams (US$ 6,7 mi), Ousmane Dieng (US$ 5 mi), Nikola Topic (US$ 4,9 mi, calouro), Dillon Jones (US$ 2,6 mi, calouro)
Obs.: Alex Caruso não pode ser trocado porque renovou contrato.
Orlando Magic
Situação: US$ 20,4 milhões abaixo da luxury tax | hard-capped? não
O que deveria fazer: reforço de elenco, adquirir um armador titular
Orlando é mais um que sofreu com lesões, mas nada explica o quanto esse time chuta mal de 3 pontos. Esse time do Magic (30,5% 3pt) se aproxima de marcas negativas históricas, como o Lakers de 2015-16 (31,5% 3pt), o Wolves de 2012-13 (30,5% 3pt) e o Bobcats de 2011-12 (29,5%). Como o elenco não era para ser tão ruim assim da linha de três (pode ser algo reversível) e, no fim das contas, o time tem ido relativamente bem na temporada, pode-se evitar uma reação exagerada. Mas é fato que, sendo o último da liga em pontos/jogo, o Magic precisa de um reforço ofensivo.
A posição que mais se beneficiaria de um upgrade provavelmente é a de armador, apesar de haver (tecnicamente) quatro no elenco. Alguém com perfil de score-first seria o ideal, com Suggs sendo realocado para a função de ala-armador, mas defendendo a ponta de ataque. Com uma folha tão barata, o custo não importa muito, mas, se o salário for decrescente, seria melhor. A posição 5 também poderia ser reforçada — a rotação de pivôs do Magic foi devastada por lesões, e seria relativamente fácil achar alguém, de preferência um big com perfil mais ofensivo.
Necessidades: armador titular [♦♦♦♦], pivô reserva [♦♦]
Principais recursos: R-MLE, escolhas de 1ª rodada (melhores: ORL 2025 a 2031; DEN 2025 [6-30])
Jogadores possivelmente disponíveis: Jonathan Isaac (US$ 25 mi), Cole Anthony (US$ 12,9 mi), Gary Harris (US$ 7,5 mi), Jett Howard (US$ 5,2 mi), Cory Joseph (US$ 3,3 mi), Caleb Houstan (US$ 2 mi)
Obs.: Wendell Carter Jr. não pode ser trocado porque renovou contrato.
Philadelphia 76ers
Situação: US$ 6,2 milhões abaixo do 2º Limiar | hard-capped? não
O que deveria fazer: reforço de elenco
Quando se trata do Sixers, uma pergunta passa na cabeça de todo mundo: a temporada já está perdida? Muitos dirão que sim — e o bom senso concordaria. Mas, se o Philly ficar fora dos playoffs, existe uma chance (esperança?) de preservar sua própria escolha de draft deste ano, que é protegida de 1 a 6, caso contrário (7-30), vai para o OKC Thunder. Ou seja, o Sixers teria que sorteado da escolha nº 6 para cima. É claro que, quanto pior for a campanha, mais chance o Sixers teria. No momento, é a 8ª pior campanha (26,3% de chance de ficar no top 4), mas tem gente bem pior na temporada. Seria preciso contar com a sorte — coisa que não teve até aqui.
É lógico que qualquer cenário em que um time investe tanto e fica fora da pós-temporada é simplesmente desastroso, mas, considerando não só as já esperadas lesões de Embiid, como a do promissor calouro Jared McCain, é possível que Daryl Morey consiga manter seu emprego de gerente-geral. A verdade é que, sem exceções de troca, com a folha salarial carregada e sem jovens valiosos, Philly teria que hipotecar ainda mais o futuro para achar uma troca de impacto, mas GMs desesperados sempre tentam alguma coisa. A ver.
Necessidades: pivô reserva [♦♦♦♦♦], ala reserva [♦♦♦]
Principais recursos: exceção de salário mínimo, escolhas de 1ª rodada (melhores: PHI 2025 [1-6], 2030, 2031)
Jogadores possivelmente disponíveis: Caleb Martin (US$ 8,1 mi), Kelly Oubre (US$ 8 mi), Kenyon Martin Jr. (US$ 8 mi), Andre Drummond (US$ 5 mi), Guerschon Yabusele (US$ 2,1 mi, expirante), Reggie Jackson (US$ 2,1 mi, expirante), Adem Bona (US$ 1,1 mi)
Obs.: Kyle Lowry tem direito a vetar trocas. Joel Embiid não pode ser trocado porque renovou contrato.
Phoenix Suns
Situação: US$ 27,7 milhões acima do 2º Limiar | hard-capped? não
O que deveria fazer: reduzir drasticamente a folha salarial
Mesmo antes da temporada começar mal, pouquíssima gente colocava o Suns como candidato ao título. Com a pior folha salarial da NBA em termos de flexibilidade e custo, o Suns está severamente limitado no que pode fazer. A proibição de agregar salários em trocas, utilizar TPEs anteriores, mandar dinheiro, ter que receber contrato menor do que manda, etc. deixa o Phoenix meio de mãos atadas. E, para piorar, Bradley Beal tem uma cláusula de no-trade.
Sim. Vamos ter que falar dele. O Suns ainda pode trocar salários, desde que sempre adquirindo o menor. Por exemplo, pode trocar Jusuf Nurkic por alguém que ganhe menos de US$ 18 milhões. Mas, no caso de Beal, praticamente as únicas trocas possíveis seriam por Jimmy Butler ou Zach LaVine — isso se ele aceitar ser trocado. A recente troca de picks com Utah (três bem complicados pelo PHO 2031) ao menos devolveu ao Suns a possibilidade de usar essas escolhas como incentivo a times que ajudarem o time do Arizona a sair dessa confusão. Apesar de que o dono Mat Ishbia não parece desconfortável com a situação do time, querendo apostar mais.
Necessidades: armador reserva [♦♦♦]
Principais recursos: exceção de salário mínimo, TPE 3,2 mi (J. Okogie), escolhas de 1ª rodada (pode trocar até três, mas são apenas swaps menos favoráveis)
Jogadores possivelmente disponíveis: Bradley Beal (US$ 50,2 mi), Jusuf Nurkić (US$ 18,1 mi), Grayson Allen (US$ 15,6 mi), Bol Bol (US$ 2,1 mi, expirante), Monte Morris (US$ 2,1 mi, expirante)
Obs.: Damion Lee tem direito a vetar trocas.
Portland Trail Blazers
Situação: US$ 3,7 milhões abaixo da luxury tax | hard-capped? não
O que deveria fazer: consolidar um núcleo da reconstrução, reduzir folha salarial
Portland vem fazendo uma reconstrução meio esquisita: o time tem vários jogadores com contrato alto que não parecem ser parte do núcleo jovem. DeAndre Ayton (maior salário do time) vem tendo talvez a pior temporada da carreira e claramente não está nos planos futuros, já que draftaram o jovem pivô Donovan Clingan no top 10 do draft 2024. O segundo maior salário é do veterano é Jerami Grant, que tem 30 anos e faz na pior temporada desde 2019-20. Anfernee Simons também teve uma queda de produção. A sensação é que o Blazers perdeu o bonde de trocar esses jogadores enquanto eles tinham mais valor.
Por outro lado, a adição de Deni Avdija, inexplicavelmente trocado pelo Wizards, é um ponto bastante positivo. A reabilitação de Robert Williams também. Só Matisse Thybulle não estreou na temporada. Esses seis jogadores citados são os maiores salários do time. Portland deveria trocar a maioria desses veteranos e começar a se preparar para as renovações de Shaedon Sharpe, Scoot Henderson e outros jovens. Do ponto de vista de construção de elenco, trazer mais um ala-armador e reduzir a rotação de pivôs (no momento com 4-5 jogadores) seria o ideal.
Necessidades: ala-armador reserva [♦♦♦], ala-pivô reserva [♦♦], chutador [♦♦]
Principais recursos: TPE 6,9 mi (M. Brogdon), BAE, NT-MLE
Obs.: As escolhas de draft não foram listadas porque não faz sentido este time usá-las em troca.
Jogadores possivelmente disponíveis: DeAndre Ayton (US$ 34 mi), Jerami Grant (US$ 29,8 mi), Anfernee Simons (US$ 25,9 mi), Robert Williams (US$ 12,4 mi), Matisse Thybulle (US$ 11 mi), Duop Reath (US$ 2 mi), Rayan Rupert (US$ 1,9 mi)
Sacramento Kings
Situação: US$ 3,2 milhões abaixo da luxury tax | hard-capped? sim (1º Limiar)
O que deveria fazer: melhoria pontual do elenco, upgrade de jogadores
Pode parecer contraditório, mas já dá para dizer que Mike Brown (técnico do ano em 2022-23) melhorou e depois piorou o Kings de uma forma quase inacreditável. O time que teve o melhor ataque, se perdeu ano passado com a obsessão de Brown em “melhorar a defesa”. O fato é que SAC virou a chave depois da demissão do técnico e está subindo rapidamente na classificação. A empolgação, porém, não consegue esconder os defeitos. O time ainda oscila na defesa e não consegue ter um desempenho confiável de 3 pontos.
Um dos principais problemas defensivos é Sabonis como pivô e não ter um protetor de aro para ajudar no garrafão. O Kings precisa achar uma forma de equalizar essas duas coisas. Seria interessante buscar um pivô mais tradicional para atuar em matchups específicos. Já do lado ofensivo, SAC já sabe que precisa dar um upgrade nos chutadores, especialmente os que vêm do banco. O lado bom é que o gerente-geral Monte McNair tem às sua disposição uma boa quantidade de exceções, contratos e escolhas de draft para fazer movimentações.
Necessidades: protetor de aro [♦♦♦♦], chutador [♦♦♦], stretch-4 [♦♦]
Principais recursos: TPE 6,3 mi (S. Vezenkov), TPE 5,9 mi (C. Duarte), TPE 4,7 mi (J. McDaniels), BAE, NT-MLE, escolhas de 1ª rodada (melhores: SAC 2025 [1-12], 2027 a 2030)
Jogadores possivelmente disponíveis: Kevin Huerter (US$ 16,8 mi), Trey Lyles (US$ 8 mi, expirante), Colby Jones (US$ 2,1 mi), Alex Len (US$ 2,1 mi, expirante), Jordan McLaughlin (US$ 2,1 mi, expirante), Doug McDermott (US$ 2,1, expirante)
Obs.: Jae Crowder não pode ser trocado por ter assinado contrato no decorrer desta temporada.
San Antonio Spurs
Situação: US$ 21 milhões abaixo da luxury tax | hard-capped? não
O que deveria fazer: reforçar elenco, trocar jogadores pouco utilizados
Victor Wembanyama já é um superstar. Isso é tudo que um gerente-geral precisa saber para começar a montar um time competitivo desde já. San Antonio já melhorou bastante em relação ao ano passado — e meia temporada, praticamente já alcançou o número de vitórias do ano passado. O armador veterano Chris Paul estabilizou as coisas, Wemby parece ainda melhor, mas o Spurs está cheio de jogadores que perderam espaço e estão meio que sobrando.
Com a flexibilidade e os recursos que tem, a franquia pode facilmente conseguir upgrades em todas as posições, construindo o time cada vez mais em torno de Wemby. As posições da ala certamente poderiam receber jogadores de melhor nível, especialmente um ala-pivô titular; e a rotação de armadores precisa ser reduzida (no momento, são cinco jogadores de ofício). Não seria nenhuma imprudência San Antonio começar a gastar até mesmo escolhas de draft para cada vez mais fortalecer esse elenco que tem tudo para competir a sério nos próximos anos.
Necessidades: ala-pivô titular [♦♦♦♦], ala 3-and-D [♦♦♦], chutador [♦♦♦]
Principais recursos: R-MLE, escolhas de 1ª rodada (melhores: SAS 2025 a 2029; ATL 2025 e 2027; MIN 2031)
Jogadores possivelmente disponíveis: Keldon Johnson (US$ 19 mi), Zach Collins (US$ 16,7 mi), Tre Jones (US$ 9,1 mi, expirante), Malaki Branham (US$ 3,2 mi), Julian Champagnie (US$ 3 mi), Blake Wesley (US$ 2,6 mi), Charles Bassey (US$ 2,1 mi, expirante), Sandro Mamukelashvili (US$ 2,1 mi, expirante), Sidy Cissoko (US$ 1,9 mi)
Toronto Raptors
Situação: US$ 10 milhões abaixo da luxury tax | hard-capped? sim (1º Limiar)
O que deveria fazer: reforçar elenco sem gastar recursos significativos
Na nossa prévia de temporada com Blake Murphy, setorista do Raptors, ele disse que o principal objetivo da franquia em 2024-25 era colocar os jovens para jogar juntos e ter entrosamento e que seria praticamente impossível o time virar “comprador”, mesmo que tivesse uma boa campanha. Imagine, então, com a péssima campanha do Toronto até aqui… Ainda assim, um pouco de experiência a baixo custo poderia ajudar o time canadense a sair das piores posições em vários fundamentos (especialmente 3 pontos, tocos e faltas).
A lógica, portanto, é Toronto continuar seu caminho de perder sem exatamente tankar, permanecendo. Para isso, o gerente-geral Bobby Webster e e o presidente Masai Ujiri dispõem de jogadores interessantes e bons contratos expirantes para fazer melhorias voltadas para o futuro sem gastar escolhas de draft. Toronto pode ainda atuar como facilitador em várias trocas, desde que não ultrapasse o limite de taxação, o que obviamente não valeria a pena.
Necessidades: chutador [♦♦♦♦], armador reserva [♦♦♦], ala-pivô reserva [♦♦]
Principais recursos: TPE 1,6 mi (Kira Lewis Jr.), NT-MLE
Obs.: As escolhas de draft não foram listadas porque não faz sentido este time usá-las em troca.
Jogadores possivelmente disponíveis: Bruce Brown Jr. (US$ 23 mi, expirante), Jakob Poetl (US$ 19,5 mi), Kelly Olynyk (US$ 12,8 mi), Chris Boucher (US$ 10,8 mi, expirante), Davion Mitchell (US$ 6,5 mi), Ochai Agbaji (US$ 4,3 mi)
Utah Jazz
Situação: US$ 27 milhões abaixo da luxury tax | hard-capped? não
O que deveria fazer: consolidar um núcleo da reconstrução, atuar como facilitador
Utah é um dos times que mais descaradamente está tankando nesta temporada (só perde para Nets e Wizards). Além de colocar quase todos veteranos saindo do banco, o técnico Will Hardy tem feito até uns “experimentos” meio bizarros, como colocar de titular o calouro Isaiah Collier, quem vem sendo um dos piores jogadores entre os que acabaram de entrar na liga. Mas, enfim, cada um no seu quadrado.
Se é para tankar, Utah deveria também trocar alguns veteranos que podem ter valor, como John Collins, Jordan Clarkson e Drew Eubanks, e tentar trazer peças que possam definir ou pelo menos suplementar o núcleo que o time parece estar formando em torno de Keyonte George, Lauri Markkanen e Walker Kessler. Esse é o momento de arriscar em alguns jovens que podem estar sobrando em outros times ou simplesmente precisando de uma mudança de ares.
Necessidades: ala-armador reserva [♦♦♦], ala-pivô reserva [♦♦], chutador [♦♦]
Principais recursos: DPE US$ 2,9 (Taylor Hendricks), R-MLE
Obs.1: As escolhas de draft não foram listadas porque não faz sentido este time usá-las em troca.
Jogadores possivelmente disponíveis: John Collins (US$ 26,6 mi), Collin Sexton (US$ 18,3 mi), Jordan Clarkson (US$ 14,1 mi), Drew Eubanks (US$ 5 mi), Svi Mykhailiuk (US$ 3,5 mi), Patty Mills (US$ 2,1 mi, expirante)
Obs.2: Lauri Markkanen não pode ser trocado porque renovou contrato.
Washington Wizards
Situação: US$ 11,9 milhões abaixo da luxury tax | hard-capped? sim (1º Limiar)
O que deveria fazer: criar um núcleo de elenco, atuar como facilitador
O Wizards tem conseguido ser ainda mais descarado no tank. Colocando como titulares até três calouros ao mesmo tempo, o time da capital americana tem praticamente escondido os veteranos no banco — ao menos até se aproximar a Trade Deadline, quando alguns começaram a aparecer na “vitrine”. Às vezes, chega a ser vergonhoso o quanto o time perde consecutivamente desde o ano passado. Certamente é um dos favoritos na corrida por Cooper Flagg.
Afora o tank, um objetivo do Wizards agora deveria ser começar a definir quem vai ser o núcleo desse rebuild. Talvez isso já tenha começado quando mandaram Deni Avdija para o Portland, trazendo o veterano Malcolm Brogdon. A contratação de Jonas Valančiūnas foi claramente pensando em ter um ativo para esta época do ano. O time está carregado de escolhas de draft, mas certamente não vai rejeitar mais algumas. Adquirir jovens sem se preocupar muito com posição pode ser uma boa para ver quem se consolida. O contrato decrescente de Kuzma, que não vem tendo uma boa temporada, ainda é um dos maiores atrativos.
Necessidades: não se aplica (time em início de rebuild)
Principais recursos: TPE 12,4 mi (D. Gafford), BAE, NT-MLE
Obs.: As escolhas de draft não foram listadas porque não faz sentido este time usá-las em troca.
Jogadores possivelmente disponíveis: Kyle Kuzma (US$ 23,5 mi), Malcolm Brogdon (US$ 22,5 mi, expirante), Richaun Holmes (US$ 12,6 mi), Marvin Bagley III (US$ 12,5 mi), Jonas Valančiūnas (US$ 9,9 mi), Saddiq Bey (US$ 6,4 mi), Corey Kispert (US$ 5,7 mi, PPP5), Johnny Davis (US$ 5,3 mi, expirante), Patrick Baldwin (US$ 2,4 mi, expirante)
- No guia de trocas que publicamos, estão explicadas todas as exceções de folha salarial (TPE, BAE, TP-MLE, R-MLE, NT-MLE) e como elas podem ser usadas em trocas. ↩︎
- O nome técnico é Designated Veteran Player Extension. ↩︎
- Índice Geral (NetRtg): saldo dos pontos convertido menos os pontos sofridos a cada cem posses de bola. ↩︎
- Regra que foi instituída na década de 1980 por causa de Ted Stepien, então dono do Cavs, proibindo que uma franquia fique sem escolhas de 1ª rodada em dois drafts consecutivos. ↩︎
- Poison Pill Provision, regra que determina que jogadores com renovação engatilhada precisam ter tratamento especial ao serem trocados, a saber: para o time que manda o jogador, conta o salário atual; para o time que recebe, conta o salário do ano seguinte. ↩︎
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Temporada 24-25, semana 14: estrelas definidas!
Vamos partir para os acontecimentos mais relevantes da semana que passou! Mas antes de curtirmos o que rolou entre os dias 20 e 26 de janeiro, não esqueçam de dar o play e like no nosso último episódio. Se ainda não estão inscritos no canal, deem aquela moral!
Não se esqueçam também de entrar em contato comigo caso queira comentar algo que aconteceu de relevante ou algo sobre a coluna que acabou de ler.
Participe dessa coluna: fale comigo em qualquer lugar que você possa, através de e-mail, Twitter ou sinal de fumaça. Comente o que você achou incrível na semana que passou, na que está rolando ou, se for um vidente, nas que virão pela frente!
Vamos ao que interessa! E foco, que janeiro há de acabar!
Conhecemos nossos titulares e… LaMelo não é um deles
Na última quinta-feira (23), na dupla de tuíte mais sem graça da história, nosso querido Shams Charania trouxe os titulares das conferências Leste e Oeste para o All-Star Game.
2025 East NBA All-Star starters:
— Shams Charania (@ShamsCharania) January 24, 2025
Jalen Brunson
Donovan Mitchell
Giannis Antetokounmpo
Jayson Tatum
Karl-Anthony Towns2025 West NBA All-Star starters:
— Shams Charania (@ShamsCharania) January 24, 2025
Stephen Curry
Shai Gilgeous-Alexander
Kevin Durant
LeBron James
Nikola JokicComo esperado, as redes sociais já saíram metendo pau aqui e acolá. Questionaram como Jalen Brunson pode ter ficado à frente de LaMelo Ball, por exemplo. Logo depois, a NBA publicou a votação completa, com o peso dos votos dos jogadores e da mídia e entendemos o que aconteceu.
Three voting groups determined the starters for the 2025 NBA All-Star Game:
— NBA Communications (@NBAPR) January 24, 2025
▪️ Fans (50%)
▪️ NBA players (25%)
▪️ Media panel (25%)
Complete voting results are available here: https://t.co/mrjb1ziHai
Below are the overall scores for the top finishers at each position. pic.twitter.com/KXPIlK5XYcLaMelo não foi muito bem visto pelos profissionais de mídia, apesar de estar fazendo 30,5 pontos por jogo e distribuindo 7,9 assistências. Vejam que ranking de backcourt do Leste para os votantes dos meios de comunicação.
# da Mídia Jogador 1 Donovan Mitchell 2 Jalen Brunson 3 Darius Garland 4 Cade Cunningham 5 Damian LIllard 6 Trae Young 7 LaMelo Ball É óbvio que LaMelo deve entrar pela escolha dos técnicos, mas que foi uma votação esquisita dos profissionais, foi. Será que tem um dedo de hate para LaVar Ball, o polêmico pai que transformou os 3 filhos em milionários?
A polêmica não acabou pelo Leste. No Oeste, vimos a superestrela do Golden State Warriors, Stephen Curry, também sendo questionada sobre a sua titularidade. Curry e Warriors vivem um péssimo momento na temporada. Veja os últimos 4 jogos do armador.
O All-Star Weekend acontecerá no fim de semana de 14 a 16 de fevereiro, terá novo formato na disputa do jogo de domingo e também aquelas velhas papagaiadas na sexta e no sábado.
Boca no trombone
É raro que Anthony Davis, estrela do Los Angeles Lakers, seja vocal em suas solicitações. À exceção de seu pedido de troca ainda no New Orleans Pelicans, Davis sempre foi marcado por ser um cara mais na dele, quieto e, muitas vezes, até criticado por não ser tão agressivo em quadra.
AD se fosse um elegante componente de orquestra sinfônica, segundo o GROK Há um bom tempo, sabe-se que o ala-pivô prefere jogar com alguém fazendo a função de pivô, o famoso 5. Os Lakers ignoraram isso pelo mesmo tempo que se sabe da vontade do atleta, fazendo-o permanecer na posição em que ele não se sente tão à vontade. Mas, numa entrevista ao insider Shams Charania, AD resolveu cobrar publicamente uma movimentação de Pelinka e sua equipe.
A superestrela ainda falou que deseja vencer mais um título com LeBron. Citou que não teve um desfile de campeão em 2020 (por conta da pandemia) e também há muita conversa sobre o asterisco (de ter vencido na bolha).
Lakers' Anthony Davis sits down for ESPN: “One, we want to win it for the city. Two, we never got a parade. Three, it’s a lot of talk about an asterisk … We are (1-2 pieces away). I really feel like we are.”
— Shams Charania (@ShamsCharania) January 24, 2025
On roster needs, JJ Redick, motivations alongside LeBron James, more: pic.twitter.com/AHe6pfHxjBNos desdobramentos da entrevista, Bob Myers, o ex-manda-chuva do Golden State Warriors, falou que acredita que está mais difícil do que nunca de conseguir fazer trocas na NBA. Vamos ver se Rob Pelinka vai conseguir agradar a sua estrela ou ficará no já tradicional marasmo.
“I think it’s harder to do deals in the NBA than ever before.”
— NBA on ESPN (@ESPNNBA) January 26, 2025
Bob Myers shared his thoughts on the Lakers' efforts to make moves 🧠 pic.twitter.com/20vKjdXORaO maior rumor de Big Man ligado para ser a dupla de AD é de Welker Kessler, pivô de 23 anos do Utah Jazz. Foi reportado que o time angelino já tentou alguma conversa para chegar a um preço pelo atleta, mas o Utah nunca aceitou as negociações. É válido lembrar que o General Manager da equipe de Salt Lake City é Danny Ainge, conhecido por ter montado o Boston Celtics campeão de 2008 e
viver dessa fama desde entãonão ser muito gentil nas negociações.Durante a temporada, também foram ventilados os nomes dos pivôs veteranos Nikola Vucevic, que vem fazendo uma ótima temporada no Chicago Bulls e Jonas Valanciunas, do Washington Wizards. Ambos têm dois anos de contrato, mas Vucevic é um pouco mais caro: ganha 20 milhões por ano, contra 10 de Valan. Também precisamos ver se o lituano gostaria de jogar com LeBron depois do que aconteceu recentemente:
BRONNY COULDN’T BELIEVE THIS ALLEY-OP POSTER BY LEBRON 🤯 pic.twitter.com/bTTUYLjJ01
— Lakers All Day Everyday (@LADEig) January 22, 2025A má fase vem pra todos
Preocupante? Desde o dia 12 de janeiro, foram 5 derrotas em 8 partidas para a sensação do ano, o Cleveland Cavaliers. Até esse ponto da temporada, eles tinham perdido somente 4 dos primeiros 37 jogos e a fase atual é de derrota nos 3 últimos: Rockets (fora), Sixers (fora) e Rockets novamente (dessa vez, em casa).
Cavs' record in first 37 games: 33-4
— Underdog NBA (@Underdog__NBA) January 26, 2025
Cavs' record in last 8 games: 3-5
3 straight losses for the first time this season.Contudo, o Leste ainda está aberto para o time de Ohio. São 4,5 jogos de vantagem para o segundo colocado, o Boston Celtics. O New York Knicks, que vem logo atrás, está 6,5 partidas atrás dos Cavs. Não deve ser tempo de preocupação ainda para Kenny Atkinson e seus comandados.
Quente e frio
Falando em fases, o time mais quente da NBA atualmente é o Memphis Grizzlies, com 6 vitórias consecutivas. Ja Morant e cia. chegaram nessa sequência depois de bater San Antonio Spurs (2x), Minnesota Timberwolves, Charlotte Hornets, New Orleans Pelicans e Utah Jazz. Na semana que começa hoje, eles enfrentarão NY Knicks (fora), Houston Rockets (em casa) e Milwaukee Bucks (fora).
Já no lado frio do termômetro, a gente não avista nenhuma surpresa, com o horroroso Washington Wizards tendo sido derrotado 13 vezes seguidas. A última vitória da equipe foi no primeiro dia do ano, contra o Chicago Bulls.
Ordem para ter mais chance de pegar a escolha número 1 do próximo draft. Fonte: Tankathon NBA Global Games
Na última semana, tivemos duas partidas realizadas em Paris, pelo NBA Global Games. Os jogos foram entre San Antonio Spurs, que vai ganhar toda base de fãs local, e o Indiana Pacers. As duas partidas foram completamente opostas: uma vitória para cada lado e uma surra para cada um. Na quinta, os Spurs venceram por 140 a 110. No sábado, o troco veio, com os Pacers anotando 136 a 98.
Antes da temporada começar, Gregg Popovich tinha planos para ser o anfitrião de sua turma na capital francesa. Sem poder viajar com o time, pois ainda está afastado de suas atividades se recuperando de um AVC, a ausência dele foi sentida. Em seu lugar, a estrela do time, Victor Wembanyama, apresentou um pouco de seu país.
“Falamos sobre isso – Pop tinha um cronograma aqui e ele também teria feito algo assim. Fazer isso no primeiro dia foi importante para eu receber (os companheiros de equipe) e mostrar (Paris) a eles, porque eu sei que se fosse à cidade ou ao país de qualquer um desses caras, eu adoraria conhecer de onde eles vêm (…) Então, realmente, é uma chance real de compartilhar esses momentos juntos. “
Por mais carismático e gente boa que Wemby possa ser, não parece ser uma missão tranquila substituir o lendário técnico. No ano passado, em um texto do The Athletic (precisa de assinatura), Joe Vardon reportou que a seleção americana não estava mais fazendo os famosos jantares do Pop, regado a muito vinho e boa comida.
Enquanto isso, a gente fica na torcida que o técnico se recupere plenamente logo. Não parece estar muito longe. Chris Paul até comentou que ele liga para o armador após cada jogo para passar suas percepções da partida, enquanto o técnico interino Mitch Johnson também relatou que o chefe tem sido pitaqueiro como sempre foi (sendo justo, ele usou a palavra “opinativo.”)
Ele está vivo!
Depois de quase um ano fora (não peguei os dias certos, mas foi quase isso mesmo, confiem em mim), o Los Angeles Lakers está pronto para dar muito hype a mais um role player: Jarred Vanderbilt.
Eu gosto muito de tudo que cerca o ala de 25 anos. Desde a sua defesa chata, pronta para fazer o caos na cabeça do adversário ao lado de DFS, até o fato dele simplesmente não conseguir entrar em quadra com as lesões mais nada a ver que eu já presenciei de um Laker.
Pensa comigo: o rapaz ficou quase um ano fora e nem teve as temidas lesões de Aquiles ou rompimento de ligamento do joelho. Ele ficou um ano fora porque operou os dois pés antes da temporada começar!
Não sei se já se deram conta, mas o pé é algo bem importante para jogar basquete.
VANDO WAS OUT FOR 359 DAYS AND STILL MADE AN INSTANT IMPACT IN HIS FIRST GAME BACK 🔒
— Lakers All Day Everyday (@LADEig) January 26, 2025
A thread of Vando’s most impactful plays in tonight’s win 🧵 pic.twitter.com/UsA2tgA52RDesde então, Vando, como é chamado na preguiça de estadunidense de escrever nomes minimamente complexos, tem sido o bode expiatório de comissão técnica de diretoria. O time não está bem porque está sem ele. O front office não pode se movimentar porque tá sem flexibilidade por estar sem ele.
Então, no fim, a volta do ala significa mais do que os 3 roubos de bola que ele teve em 12 minutos de ação contra o Golden State na sexta-feira (24). Ele representa o fim da desculpinha.
Bem-vindo, Vando!
Recomendações da semana
Uma parte da coluna que pode ser fixa – ou não. Essa semana fui impactado pelo vídeo abaixo. Não é nada muito profundo ou informativo. É somente uma demonstração de como evoluiu no mundo dos games os jogos de basquete. De 74 até 24. Vale a pena dar uma olhada.
A outra recomendação é uma puxada de sardinha pro meu lado. Ontem (26), fez 5 anos que Kobe Bryant morreu em um acidente de helicóptero. Obviamente, todas as memórias do dia passaram pela cabeça. Era um domingo também, pré-pandemia ainda. Parecia outro mundo. Na época, escrevi um texto bem mais ou menos, mas por falta de um outro para a data, deixo o link aqui também.
LEIA TAMBÉM
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Como funcionam as trocas na NBA?
Poucas coisas divertem mais os fãs de NBA do que pensar em trocas para melhorar seus times. Isso ficou muito mais fácil com as várias trade machines (ESPN, Spotrac, Fanspo, RealGM, etc.) — que são simuladores mais ou menos precisos de trocas. Mas, como tudo no Acordo Coletivo (CBA), as trocas têm uma série de regras que precisam ser seguidas para serem aprovadas pela liga, e até as trade machines acabam deixando algumas de fora.
Aqui vamos tratar dos conceitos básicos, tipos de trocas, como funcionam e mais algumas informações extras como quem pode (ou não) ser trocado e quando isso pode acontecer.
Conceitos básicos
O princípio fundamental das transações na NBA é que a troca não pode fazer o time ultrapassar o teto salarial, então o ideal é sempre “bater salários”, ou seja, mandar um contrato e receber outro de valor similar para a temporada — a não ser que seja usada uma exceção. E a principal exceção usada em transações envolvendo jogadores é a Exceção de Jogador Trocado (Traded Player Exception, TPE), ou exceção de troca.
Uma TPE é criada automaticamente quando um jogador é mandado numa troca sem receber salário(s) de volta especificamente por ele e tem sempre o valor do salário desse jogador na temporada atual. A TPE, então, é como se fosse um espaço “reservado” na folha salarial após a saída do jogador. Ou seja, se você manda um contrato de US$ 4 milhões e não recebe salário por ele, você deixou uma reserva salarial nesse valor na sua folha.
Se o time conseguir fazer essa transação, a troca é considerada não simultânea. Nesse caso, o outro time precisará ter espaço em folha salarial (“cap“) ou uma TPE criada anteriormente para absorver o contrato que recebeu. E o time que mandou o jogador recebe a TPE no valor enviado.
O time que enviou, por sua vez, tem direito de reutilizar esse espaço disponível trazendo outro(s) jogador(es). Um detalhe: a exceção de troca tem que ser usada no prazo de 1 ano (a contar da data da saída do jogador trocado). Depois disso, a TPE expira e desaparece.
Vale ressaltar, porém, que “não mandar salário de volta” não é o mesmo que “não mandar nada de volta”. Toda troca na NBA tem que, necessariamente, envolver alguma coisa — podem ser jogadores, escolhas de draft, direitos de draft ou até mesmo dinheiro (pelo CBA 2023, cada time pode mandar e receber até US$ 7,5 milhões de cash considerations em transações).
Um exemplo de troca não simultânea: No dia 8 de fevereiro de 2024, o Boston mandou Dalano Banton para o Portland por uma escolha de 2ª rodada de 2027 e mais US$ 3 milhões em cash considerations. Assim, foi criada nessa data uma TPE para o Celtics no valor exato do salário de Banton na temporada de 2023-24 (no caso, US$ 2 milhões). Essa TPE tem validade até 8 de fevereiro de 2025. Para o Boston, que tem uma folha salarial supercarregada, não só não havia interesse em receber salário de volta nem em usar a TPE criada depois.
A outra possibilidade, inclusive mais comum, é o time que mandou o jogador decidir (ou precisar) trazer imediatamente outro(s) contrato(s) para “bater salários”. Nesse caso, a troca é considerada simultânea e tem que seguir regras determinadas pelo CBA para ser válida. Simplificadamente, as regras de correspondência salarial (salary match) são as seguintes:
- 200% do salário enviado, mais US$ 250 mil, para qualquer valor até US$ 7,5 milhões.
- Salário enviado mais US$ 7,5 milhões para valores entre US$ 7,5 milhões e US$ 29 milhões.
- 125% do salário enviado, mais US$ 250 mil, para valores acima de US$ 29 milhões.
Resumindo até aqui: Na prática, toda troca é feita através de exceções ou espaço livre na folha salarial, a única questão é se ocorre imediatamente (simultânea), seguindo as regras, ou posteriormente (não simultânea).
Um exemplo de troca simultânea foi aquela em que o Hornets mandou Nick Richards para o Suns, recebendo Josh Okogie. O contrato de Richards é US$ 5 milhões; portanto, pelas regras, o Hornets poderia receber de volta 200% desse valor (US$ 10 mi) + US$ 250 mil, isto é, US$ 10.250.000 — um limite que abrangeu confortavelmente o contrato de US$ 8.250.000 de Okogie.
Isso ajudou o Phoenix, que obrigatoriamente, por estar acima dos dois limiares, tinha que enviar mais salário do que receberia. Sendo assim, o Suns tratou (veja abaixo) a troca como não simultânea, gerando uma TPE pelo contrato de Okogie e descontando US$ 5 milhões de Richards; restaram, portanto, US$ 3.250.000, que eles podem usar até o ano que vem, se quiserem. Mas, como parte dessa negociação tinha o objetivo de reduzir a folha salarial, há pouquíssimas chances de o Suns usar essa sobra (ao menos nesta temporada…).
E, sobre esse ponto, é importante destacar uma coisa: desde que tenha espaço suficiente em folha para a transação e siga as regras estabelecidas, cada time tem a prerrogativa de decidir se a troca é ou não simultânea, até mesmo determinando dentro de uma troca com vários jogadores quais estão correspondendo ao salário enviado/recebido e quais serão absorvidos diretamente no cap ou em TPEs pré-existentes. E os times envolvidos podem ter visões diferentes sobre a mesma troca, de acordo com o que funciona para eles.
O site HoopsRumors traz um bom exemplo de como isso pode acontecer. No caso da troca acima entre Toronto Raptors e New York Knicks, cada time encarou a transação de uma forma diferente, de acordo com sua situação financeira, quebrando em várias partes:
- Para o Knicks, Quickley foi trocado por Achiuwa e Flynn numa troca simultânea, em que (pelas regras acima) eles podiam receber até 200% do salário de Quickley (US$ 4,2 mi), ou seja, US$ 8,6 milhões, o que abrangia perfeitamente os salários de Achiuwa e Flynn somados (US$ 8,2 mi). A parte da troca entre Barrett e Anunoby foi considerada pelo Knicks como não simultânea, com o Knicks criando uma TPE de US$ 23,9 milhões ao trocar R.J. e absorvendo o salário de O.G. (US$ 18,6 mi) dentro dela, e ainda sobrando uma diferença (US$ 5,2 mi) da TPE.
- Para o Raptors, a troca de Anunoby por Barrett foi considerada simultânea. Portanto, pelas regras acima, TOR podia receber até US$ 26,1 milhões (salário de Anunoby + US$ 7,5 milhões), o que cobria o contrato de Barrett, mas não o de Quickley. Então, para Toronto, Quickley foi mandado numa troca simultânea por Flynn (200% do salário dele). Por fim, TOR considerou que Achiuwa foi para o Knicks numa troca não simultânea, criando uma TPE no valor do salário dele.
Pode parecer meio confuso, mas basta saber que tudo são decisões estratégicas sobre como melhor utilizar esse recurso limitado que é a folha salarial e conseguir fazer as movimentações que interessam ao time do ponto de vista esportivo e financeiro. É por isso que várias exceções são criadas e usadas a cada transação, e há sempre um número enorme de TPEs ativas. No fim das contas, para quem vê de fora, o que importa é que a troca funciona de qualquer modo.
Sign-and-trade
Uma modalidade muito usada (e conhecida dos torcedores) é a chamada sign-and-trade. Como fica claro na tradução direta, é uma transação em que o time (re)contrata um jogador que terminou a temporada anterior no seu elenco e imediatamente o troca para outra franquia — o que é oficializado no novo contrato através de um adendo (Exhibit 8) que prevê anulação do acordo se dentro de 48 horas ele não for trocado para o time combinado.
Esse tipo de transação tem algumas vantagens:
- Usar a capacidade que o time atual tem de oferecer um contrato mais lucrativo e/ou mais longo ao jogador do que um novo time poderia ofertar ao contratá-lo.
- Permitir que um jogador livre (free agent) assine com um time que não tem espaço em folha salarial para contratá-lo diretamente.
- Trazer algum retorno para o time que está enviando o jogador, ainda que mínimo.
- Gerar uma TPE para o time que está enviando o jogador, se houver chance disso.
Um exemplo recente de sign-and-trade: No dia 6 de julho de 2024, Jonas Valančiūnas foi trocado numa sign-and-trade do Pelicans para o Wizards, que não mandou salário de volta — apenas recebeu o contrato de US$ 9,9 milhões que tinha acertado com o pivô lituano. Foi criada nesse dia, então, uma TPE para o New Orleans no valor exato de US$ 9,9 milhões, com validade até 6 de julho de 2025. Assim, o Pelicans tem até essa data para receber jogador(es) via troca, mas também pode simplesmente deixar a TPE expirar se quiser, como já explicado.
Nessa troca, o Pelicans recebeu uma escolha de draft de 2ª rodada protegida top-50, o que, em termos de recursos na NBA, é o equivalente a praticamente nada. A rigor, o jogador estava livre para assinar com quem quisesse, não dependendo do time anterior. Mas, como dissemos, os dois times precisam mandar alguma coisa na transação. Para o New Orleans, um time que está acima do teto salarial, essa TPE de quase US$ 10 milhões abria a possibilidade de adquirir algum reforço ao longo da temporada caso preciso. Uma vez que a temporada do Pelicans está praticamente perdida, é improvável que o gerente-geral use a TPE dentro do prazo.
Com as folhas salariais cada vez mais engessadas, é provável que a modalidade sign-and-trade seja ainda mais utilizada. Há também uma prima menos ilustre e menos frequente, a extend-and-trade, que é uma renovação/extensão contratual seguida de uma troca. Com o novo CBA permitindo que as extensões contratuais alcancem até 120% do salário anterior do jogador (antes era 105%), é bem possível que vejamos mais transações desse tipo também.
Novas armas de troca
Se, por um lado, as regras salariais têm ficado cada vez mais rígidas; por outro, estão surgindo novas opções para realizar trocas. Antes do CBA de 2023, a única exceção que podia ser usada para adquirir outros jogadores via troca era a já citada TPE, mas agora os times passaram a ter permissão para, além da função original de contratar jogadores livres, usar praticamente todos os tipos de exceção de folha salarial em trocas. Lembrando que exceções são a única forma que times têm de ultrapassar o teto salarial.
Entre as exceções que agora podem ser usadas adquirir contratos em trocas, estão a Exceção Bianual (BAE), a Exceção de Jogador Incapacitado (DPE), a Exceção de Nível Médio para time abaixo do teto (Room MLE, ou R-MLE), para taxpayer (TP-MLE) e non-taxpayer (NT-MLE). Essas exceções merecem um artigo exclusivo, mas aqui basta saber que podem ser utilizadas, no todo ou em parte, em transações, desde o(s) salário(s) recebidos não ultrapassem os valores predeterminados1 e sigam algumas regras.
- BAE: Pode ser usada para adquirir 1 (um) ou mais contratos com no máximo 2 (dois) anos restantes. O nome “bianual” é porque essa exceção não pode ser usada em duas temporadas consecutivas.
- Valor (2024-25): US$ 4.668.000
- NT-MLE: Disponível para times acima do teto salarial, mas abaixo da luxury tax. Pode ser usada para adquirir 1 (um) ou mais contratos com no máximo 4 (quatro) anos restantes.
- Valor (2024-25): US$ 12.822.000
- TP-MLE: Disponível para times acima da luxury tax. Pode ser usada para adquirir 1 (um) ou mais contratos com no máximo 2 (dois) anos restantes.
- Valor (2024-25): US$ 5.168.000
- R-MLE: Fica disponível a qualquer momento da temporada em que o time ficar abaixo do teto salarial, desde que não tenha usado outra das exceções acima. Pode ser usada para adquirir 1 (um) ou mais contratos com no máximo 3 (três) anos restantes.
- Valor (2024-25): US$ 7.983.000
- DPE: Disponível para times que solicitaram à NBA uma exceção por ter um jogador lesionado na temporada e tiveram o pedido aprovado. Pode ser usada para adquirir 1 (um) jogador com contrato de apenas 1 (uma) temporada.
- Valor: 50% do salário do jogador lesionado ou o valor da NT-MLE para a temporada em questão, o que for menor.
Um exemplo hipotético:
Digamos que o Atlanta Hawks (ATL) queira despachar Cody Zeller, que tem 3 anos de contrato, mas 2025-26 e 2026-27 não garantidos. Svi Mykhailiuk, do Utah Jazz (UTA), tem um contrato com exatamente os mesmos valores e garantias, com a diferença de ter um ano a mais (opção do time em 2027-28). Como o Jazz está abaixo do teto salarial, tem disponível a R-MLE inteira (US$ 7.983.000), pode usar essa exceção para absorver o salário de Zeller em vez de usar o espaço criado pelo envio do contrato de Mykhailiuk. ATL, por sua vez, pode usar uma TPE pré-existente, como a da troca de A.J. Griffin (US$ 3,7 milhões), para absorver o contrato de Svi e gerar uma nova TPE. Assim, apesar de envolver salários rigorosamente iguais, a troca seria não simultânea para os dois lados. Como Zeller sequer jogou na temporada, ATL poderia mandar um montante em dinheiro (p.ex.: US$ 2,5 milhões) para cobrir o prejuízo do UTA. O resultado da troca então seria:
- ATL recebe Myhailiuk e uma TPE (referente ao contrato de Zeller) no valor de US$ 3.500.000 para ser usada em até 1 (um) ano.
- UTA recebe Zeller e uma TPE (referente ao contrato de Mykhailiuk) no valor de US$ 3.500.000 para ser usada em até 1 (um) ano.
- UTA subtrai US$ 3,5 milhões de sua R-MLE, ficando com uma sobra de US$ 4.483.000 para usar em outra transação.
- ATL consome US$ 2,5 milhões dos US$ 7,5 milhões que pode enviar em dinheiro durante a temporada, restando US$ 5 milhões para serem enviados em outras transações.
- UTA consome US$ 2,5 milhões dos US$ 7,5 milhões que pode receber em dinheiro durante a temporada, restando US$ 5 milhões para serem recebidos em outras transações.
Além dessas, já existia antes a Exceção de Salário Mínimo, que permite adquirir livremente jogadores que ganhem o mínimo, desde que no máximo por 2 (duas) temporadas.
Mas é preciso lembrar que, antes de a transação ser concretizada, o time precisa ter vaga(s) no elenco para receber o número de jogadores que vai adquirir. Por isso que, no exemplo acima, mesmo tendo as exceções para usar, como estão com elenco completo (15 jogadores), ATL e UTA necessariamente teriam que mandar na própria troca 1 (um) jogador para criar 1 (uma) vaga no elenco (ou previamente cortar um jogador) caso quisessem receber outro jogador.
Para fechar a questão dos tipos de exceção quando usada em trocas, é preciso dizer que um time não pode agregar ou combinar exceções para adquirir um ou mais jogadores cujo(s) salário(s) seja(m) maior que as exceções. Em outras palavras, as exceções precisam ser usadas isoladamente, ainda que dentro de uma mesma troca.
Mais um exemplo para esclarecer:
Na troca hipotética acima, cada jogador seria adquirido usando uma ferramenta salarial diferente: Toppin tem 4 anos de contrato e ganha um salário dentro da NT-MLE (com margem de US$ 250 mil), o que permite adquiri-lo com essa exceção (utilizando-a totalmente); Sheppard, com 3 anos de contrato, poderia ser absorvido dentro da BAE, consumindo uma parte dela; Wiseman (2 anos de contrato) seria adquirido através da exceção de salário mínimo; Len (expirante) seria adquirido usando a DPE2 que o Pacers ganhou pela lesão de Isaiah Jackson (no valor de US$ 2,2 milhões); por fim, Huerter seria absorvido diretamente na folha salarial com o espaço deixado pelas saídas dos outros jogadores.
Esse é apenas um exemplo para mostrar como diversas exceções podem ser usadas numa mesma troca, mas não podem ser somadas para adquirir um contrato maior.
Avaliando trocas
Um dos erros mais comuns ao avaliar uma troca é sempre considerar apenas os jogadores envolvidos. É muito raro que os principais atletas envolvidos numa troca tenham valor e qualidade semelhante, e a transação seja puramente questão de construção de elenco — talvez um bom exemplo seja a troca de Tyrese Haliburton por Domantas Sabonis, mas não é a regra.
Na maioria das vezes, há uma série de outros fatores que precisam ser considerados, como momento atual do time (reconstruindo, competindo, etc.), quem é o gerente-geral ou dono (alguns não querem reconstruir, outros não querem gastar muito), situação salarial do time (atual e futura), valor e duração do contrato, idade do atleta, encaixe em quadra, necessidades do elenco, situação do jogador no time (franchise player, titular, 6º homem, rotação, role player, liderança de vestiário), entre outros.
Um caso recente é o da troca entre Wolves e Knicks que mandou Julius Randle e Donte DiVincenzo (junto com uma escolha de 1ª rodada do Pistons) para Minnesota, e Karl-Anthony Towns para Nova York. Há muita discussão sobre “quem ganhou” a troca, mas geralmente baseada apenas na qualidade dos jogadores principais. Ainda que Randle tenha sido all-star em 2023-24, é bem claro que Towns (autointitulado o melhor pivô chutador de todos os tempos) é um jogador com mais valor do ponto de vista da quadra. Mas vamos observar em mais detalhe.
Towns tem um contrato no valor total de US$ 159,4 milhões que vai até 2027-28. Seu salário para 2024-25 (US$ 49,2 mi) é o 8º maior contrato da liga na temporada. Ele tem 29 anos. Isso quer dizer que ao fim do contrato ele terá 32 anos. Ocorre que, com a ascensão de Anthony Edwards, ficou muito claro ele já tinha deixado de ser o franchise player do Wolves. Some-se a isso o fato de que a renovação contratual de Edwards começou nesta temporada de 2024-25, fazendo com que seu salário saltasse de US$ 13,5 para US$ 42,1 milhões. Randle ganha US$ 33 milhões (com mais um ano opcional no valor de US$ 31 mi para 2025-26) e Donte tem um contrato de 3 anos ganhando entre US$ 11-12 milhões/ano. Após a troca, Minnesota continua a folha salarial totalmente estourada (US$ 62 mi acima do teto e US$ 16 mi acima do 2º Limiar), mas reduziu gastos futuros e ganhou flexibilidade com dois contratos menores.
Já ficou claro, então, que a motivação do Wolves foi financeira, foi uma forma de trocar Towns — um jogador que tinha perdido proeminência no time e estava custando muito caro — enquanto ele tem valor positivo (o que pode mudar quando ele estiver ganhando mais de US$ 60 milhões em 2028…). Seja renovando ou trocando Randle, o Wolves certamente já economizou muito, o que pesa também para um time que acabou de trocar de donos. Além disso, pegou Donte, que é possivelmente um dos melhores contratos da liga para os próximos anos e atende a várias necessidades do time (armação secundária, chute de 3 pontos, etc.)
Já para o Knicks, a troca foi principalmente uma questão de quadra, trazendo um jogador titular para uma posição carente (pivô), mas também liberando do elenco Randle, que certamente teria perdido espaço após a chegada de outros (como OG Anunoby e Mikal Bridges) e estava com a situação contratual ainda por resolver, já que não se tinha chegado a um acordo de renovação. Também faz sentido para o Knicks se “arriscar” com o contrato de Towns, já que está com a folha sob controle e montou esse elenco para competir pelo título.
Esse foi apenas um exemplo de como a questão da qualidade dos maiores nomes envolvidos numa transação nem sempre é o principal para os dois times. É claro que o Minnesota não queria cair drasticamente de patamar após ter chegado longe nos playoffs em 2024, então essa troca foi uma forma de talvez perder um pouco em qualidade, mas melhorar muito do ponto de vista administrativo.
Portanto, é preciso avaliar uma transação do ponto de vista do que cada time quer (que nem sempre é o que o torcedor quer…) e se foi bem-sucedido ou não nesse objetivo. Se um time quer economizar para o futuro, precisa pegar contratos expirantes ou menores. Para times em reconstrução, jovens e escolhas de draft interessam bem mais; para times querendo competir, é o contrário: veteranos de alta produção são o foco. Folhas salariais muito altas só compensam para os contendores ao título, ainda mais agora com o novo CBA.
Observações finais sobre trocas
Pedido de troca
A maioria dos fãs já sabe, mas vale lembrar que o CBA proíbe qualquer jogador de expressar publicamente o desejo de ser trocado para outro time, sob pena de multa até US$ 150 mil. Ou seja, toda ação de troca tem que ser oficialmente iniciada entre franquias.
Período de trocas
O período em que trocas são permitidas vai do dia seguinte ao fim da temporada até a trade deadline da temporada seguinte. Portanto, assim que a temporada termina, os times já podem voltar executar trocas.
Restrições de trocas para times
Como explicado no artigo sobre o sistema salarial da NBA, times acima do 1º ou do 2º Limiar têm uma série de restrições quando se trata de trocas, como não poder receber mais de 100% do salário enviado sob nenhuma circunstância, não poder agregar jogadores numa troca, não poder usar exceções de troca criadas na temporada anterior, etc.
Contratos não garantidos
A partir do CBA 2023, no caso de salários não garantidos, apenas a parte garantida conta como salário enviado para efeito de troca. Antes, era possível trocar, p.ex., um salário de US$ 10 milhões com apenas US$ 1 milhão garantido como se realmente valesse o total (para efeito de bater salários na troca). Pelas novas regras, esse salários só contaria com US$ 1 milhão para o time que está enviando o contrato. O time pode, no entanto, garantir uma parte maior (ou a totalidade) do salário se for ajudar no cálculo da troca.
Trade kicker e outros bônus
Todo jogador pode negociar a inclusão de um bônus em caso de troca, normalmente chamado de trade kicker. Esse bônus pode ser um valor fixo ou um percentual do valor que resta no contrato (exceto anos opcionais). Como o percentual máximo é 15%, esse geralmente é o padrão para trade kickers. Outra questão é que, em caso de trade kicker, o valor desse bônus (dividido pelos anos de contrato) tem que ser considerado na negociação de troca.
Por exemplo: um jogador tem um contrato no valor total de US$ 100 milhões em 4 anos, com salário anual de US$ 25 milhões e um trade kicker de 15%. Caso seja trocado, o bônus será de US$ 15 milhões (15% de US$ 100 mi). Para fins de troca, esse valor é dividido pelos 4 anos (no caso, US$ 2,5 mi/ano) e somado ao salário atual. Esse ponto é importante porque, para o time que vai receber o jogador, ele conta como um salário de US$ 27,5 milhões; para o time que envia, ele continua contando como um salário de US$ 25 milhões.
Alguns jogadores que possuem essa cláusula de 15% no contrato: Giannis Antetokounmpo, OG Anunoby, Stephen Curry, Jimmy Butler, Anthony Davis, Draymond Green, James Harden, LeBron James, Kyrie Irving, entre outros. No entanto, se o jogador já ganhar o máximo possível, o bônus é ignorado em caso de troca.
Um último ponto relevante é que, durante a negociação de troca, o jogador pode abrir mão desse bônus em parte ou no todo, caso seja do seu interesse ser trocado.
Incentivos prováveis e improváveis
Na verdade, os incentivos — também chamados de bônus de performance — seriam assunto para um artigo especificamente sobre contratos, mas, de forma resumida, são cláusulas contratuais que pagam um valor fora do salário de acordo com certas metas de desempenho.
A meta tem que ser algo positivo que o jogador ou time tentem alcançar. No caso de objetivos ligados ao time, pode ser algo como conseguir certo número de vitórias, chegar à final de Conferência ou vencer o título da NBA. No caso de metas individuais, precisa ser uma estatística definida para a temporada (p.ex.: chutar mais de 37% 3pt, ter média de mais de 6 assistências por jogo, tudo isso segundo as estatísticas oficiais do NBA.com) ou conseguir algum prêmio oficial (Defensor do Ano, All-Star, All-NBA).
Nesse sentido, há dois tipos de incentivos: prováveis (likely) e improváveis (unlikely). A explicação simplificada é que os prováveis são aqueles que aconteceram na temporada anterior; e os improváveis os que não aconteceram. Por exemplo, digamos que um pivô assina contrato com incentivo para ter 60% de aproveitamento em cestas de 2 pontos. Se ele conseguiu isso no ano anterior, é um incentivo provável; se não, improvável. Simples.
E que diferença isso faz? Bom, a diferença é que incentivos prováveis são somados são salário-base para efeito de cálculo do teto salarial e luxury tax, e os incentivos improváveis são somados ao salário-base e aos incentivos prováveis para cálculo dos limiares da folha salarial. Portanto, ambos afetam trocas entre times, que é o que importa aqui.
Então, digamos que haja dois jogadores que têm um salário-base de US$ 20 milhões na temporada atual, sendo que o jogador X tem US$ 1 milhão em incentivos prováveis no contrato, e o jogador Y tem US$ 5 milhões em incentivos improváveis. Se um time está US$ 2,5 milhões abaixo do 2º Limiar (hard-capped3) e só puder mandar US$ 20 milhões em salário numa troca, ele pode adquirir o jogador X, mas não o jogador Y — já que, para efeito de cálculo de limiar, X ganha US$ 21 mi, e Y ganha US$ 25 mi.
É por isso que o cálculo para trocar um jogador como Cam Johnson, por exemplo, não é tão simples. Como ele tem US$ 4,5 milhões em incentivos improváveis, para alguns times próximos ou acima do 1º ou 2º Limiar o impacto salarial dele vai contar como US$ 27 milhões (em vez de simplesmente o salário-base de US$ 22,5 mi), o que obriga a mandar mais salário numa troca.
Quem não pode ser trocado?
Teoricamente, todos os jogadores da NBA podem ser trocados, o que varia é quando e/ou como isso pode acontecer. Um jogador só não pode ser trocado nos casos abaixo:
• Um calouro que assinou um contrato-padrão só pode ser trocado após 30 dias da assinatura.
• Um jogador que assinou contrato two-way só pode ser trocado após 30 dias da assinatura.
• Um jogador livre (free agent) que assinou contrato-padrão só pode ser trocado 3 meses depois da assinatura ou a partir de 15 de dezembro (o que for mais distante).
• Um jogador two-way convertido para contrato-padrão só pode ser trocado após 3 meses ou a partir de 15 de dezembro (o que for mais distante).
• Um jogador que renovou com o próprio time só pode ser trocado 3 meses depois da assinatura ou a partir de 15 de janeiro (o que for mais distante).
• Um jogador com uma cláusula no-trade no seu contrato só pode ser trocado com permissão dele. A cláusula não perde validade após uma ou mais trocas.
• Um jogador que renova com o mesmo time por mais 1 (um) ano (ou dois anos, com opção 2º ano) só pode ser trocado com permissão dele. Isso, porque, ao ser trocado o jogador perde o direito (Bird Rights) de renovar por um salário maior.
• Um free agent restrito que recebeu oferta de outro time, mas ficou no time atual porque este igualou a oferta não pode ser trocado até o fim da temporada.
Existem algumas situações em que o jogador pode ser trocado, mas não junto (agregado) com outros salários. Nesses casos, o prazo é 60 dias após a troca. Mas, de modo geral, um jogador pode ser trocado inúmeras vezes na mesma temporada.
Para concluir…
A gente sabe que este conteúdo não é muito fácil de digerir. Por sorte, a maioria das trade machines que citamos já cuidam de 90% das dores de cabeça que um torcedor casual teria para fazer essas contas. A grande questão das trocas é sempre tentar avaliar não o valor dos jogadores no mercado e para o time, mas também a situação de todos os envolvidos. Se você conseguir explicar por que as franquias envolvidas diriam “sim” a uma troca, é bem possível que ela seja pelo menos realista. Aí só resta torcer para o GM do seu time ter a mesma ideia…
- Os valores de exceções são atualizados a cada nova temporada. A NT-MLE corresponde a 9,12% do valor do teto salarial da temporada; a R-MLE, a 5,678% desse valor; a BAE, a 3,32% do teto; e a TP-MLE sobe na mesma proporção que o cap subir. ↩︎
- Aparentemente, a trade machine do Spotrac, que está em modo beta para testes, ainda não especifica quando é DPE. ↩︎
- Falamos um pouco sobre hard cap no artigo sobre sistema salarial, mas basta lembrar que um time hard-capped não pode passar o limite por nem um dólar sequer. ↩︎