Novo técnico do Detroit Pistons, J. B. Bickerstaff tem desafio de repetir sucesso

J.B. Bickerstaff no Detroit Pistons terá desafio gigante

Foram quatro anos à frente do Cleveland Cavaliers, mas, no final de maio, a franquia julgou que J.B. Bickerstaff não era o nome certo para seguir no comando. Rumores logo apareceram: a estrela do time, Donovan Mitchell, teve participação na decisão. Uma vez que o plano dos Cavs era prolongar o contrato do jogador, toparam trocar o técnico que conseguiu boas temporadas pela a franquia. Um interessado no técnico logo apareceu: no começo de julho foi anunciado no Detroit Pistons. Inegavelmente, o desafio de J.B. Bickerstaff em Detroit é repetir o sucesso que teve em Cleveland com um elenco de jovens e veteranos.

Experiência de Bickerstaff como técnico

A experiência de J.B. Bickerstaff foi um fator definidor para a escolha dele para ser o técnico em Detroit. Trajan Langdon, o novo Presidente de Operações de Basquete dos Pistons, garantiu que eles foram atrás de alguém que já pudesse chegar trabalhando, que já tivesse feito isso antes.

“Sentimos que a experiência era importante. Os jogadores precisavam sentir que quem vinha aqui sabe do que está falando.”

A abordagem não é diferente do que o Detroit havia feito há um ano, quando trouxe Monty Williams como o técnico mais bem pago da liga em um contrato de 6 anos. Contudo, depois de uma temporada decepcionante com 28 derrotas seguidas em certa altura, a decisão foi de mandar Williams embora.

Bickerstaff, ao contrário do seu antecessor, ainda não venceu o prêmio de técnico do ano, mas ficou no Top 5 da votação em duas oportunidades. O treinador ainda não tem grande sucesso nos playoffs, tendo vencido apenas 6 partidas de pós-temporada em Cleveland. Contudo, o buraco do Detroit Pistons parece ser mais embaixo.

Estabelecendo uma base do Detroit Pistons

Primeiramente, antes de sonhar em correr, o sucesso que Bickerstaff precisa estabelecer como parâmetro no estado de Michigan é de voltar a andar. Os Pistons não vêm sendo competitivos há anos: já são 5 temporadas consecutivas sem playoffs e 8 sem campanha positiva.

Para conseguir caminhar, o Detroit vai oferecer a Bickerstaff um dos grandes talentos jovens da liga. Cade Cunningham foi a primeira escolha do Draft de 2021 e, desde então, dá demonstrações do grande talento que tem. No ano passado, teve médias de 22,7 pontos e 7,5 assitências por jogo. O Detroit confia de olhos fechados para que o armador seja o futuro da franquia e acabou de prolongar seu contrato por mais 5 anos e 224 milhões de dólares.

Ao redor de Cade, o Pistons tem um elenco que pode crescer junto. Jalen Duren, 21 anos, é um ala-pivô reboteiro e capaz de passar a bola. Ausar Thompson, somente um ano na liga, tem potencial de ser um dos melhores defensores da liga. Jaden Ivey é outro nome que fará parte da franquia por muito tempo, possivelmente.

Temos alguns garotos de alto nível e de teto alto. É nossa responsabilidade de ajudá-los a chegar lá.

Por outro lado, o Detroit também optou por trazer alguns veteranos. Tim Hardaway Jr. veio direto de Dallas para tentar trazer alguma possibilidade de pontos direto do banco e um outro nome mais polêmico também chegou.

Uma das surpresas da off-season da NBA foi o acordo entre Detroit e o ala Tobias Harris. Prestes a fazer 32 anos de idade, Harris tem uma carreira completamente fora da curva na liga e retorna ao Michigan num momento em que poucos ao redor da NBA acreditam nele.

Qual função de Tobias Harris no Detroit Pistons de J.B. Bickerstaff?

Um viajante de respeito

Apesar de sempre ter demonstrado talento para pontuar, desde seu ano de calouro, Tobias sempre foi moeda de troca durante a carreira. Saiu de Milwaukee para Orlando. Em Orlando, renovou seu contrato com a franquia, mas foi trocado 6 meses depois para o Detroit Pistons, por Brandon Jennings e Ersan Ilyasova.

Em janeiro de 2018, Uber para o aeroporto novamente. Os Pistons foram atrás de Blake Griffin e mandaram um pacote imenso para os Clippers por ele. Como resultado, sua primeira passagem pelo time da Motor City garantiu 16,8 pontos e 5,2 rebotes de média em 157 partidas.
Pela franquia de LA, Tobias deslanchou. Foram 87 jogos e 20,8 pontos de média. Pontuava com facilidade, virou um dos alas mais desejados da NBA. Em síntese, com apenas 25 anos, se tornou o alvo de diversas franquias. Por causa do preço que sairia a renovação, ele foi trocado para o outro lado do país, indo para a Filadélfia.

Muita grana e pouco resultado

Como resultado, o ala assinou um contrato de valor máximo e começou a se tornar um dos dos jogadores mais odiados da liga. Nunca teve uma temporada ridícula em números, tão pouco entregou algo perto do que é esperado por jogador que assina um contrato de 180 milhões por 5 anos.

Apesar de rumores diversos, não foi trocado e tentou servir como fiel escudeiro a Joel Embiid durante meia década. Ao findar seu contrato, recebeu o direito de achar alguém interessado nele.

Sua antiga franquia achou que seria interessante tê-lo de volta. Contrato curto, de dois anos, mas recebendo 52 milhões de dólares. Tobias, que talvez aceite um papel menor e sirva como uma voz dentro do vestiário, poderá tomar o caminho da redenção que tantos e tantos jogadores já trilharam na liga.

O futuro de Bickerstaff e do Detroit Pistons: Cade Cunningham

Ainda na apresentação, o novo técnico do Detroit Pistons rasgou elogios para sua nova estrela. Para Bickerstaff, há poucas coisas numa quadra de basquete que Cade não seja capaz de executar. Inclusive, uma das falas do treinador diz respeito a utilizá-lo de forma a torná-lo um dos melhores jogadores 2-way da liga.

Na NBA atual, o conceito de 2-way é cada vez mais relevante. Jogadores com essa etiqueta são aqueles que são capazes de entregar muito dos dois lados da quadra. Quando pensamos em atletas com essa capacidade, nos vem logo à mente nomes como Kawhi Leonard, Anthony Davis e Joel Embiid. Então, não é de surpreender que J.B. queira transformar sua estrela num jogador desse calibre e relevância.

Conversando com ele, ele está faminto. Óbvio que ano passado foi difícil para todos, incluindo ele (…) ele é um competidor e quer ser parte do que precisar para levar os Pistons a um próximo nível

Saúde e compatibilidade: dois pontos para Cade e para o Detroit Pistons

Um dos desafios de Cade será se manter saudável. Há 3 anos na liga, o armador só conseguiu jogar 138 partidas. Mas, superado esse desafio, o atleta tem todas as ferramentas para se tornar uma estrela.

Sobre seu parceiro em quadra, o armador Jaden Ivey, Bickerstaff parece estar à vontade para resolver essa sinergia. A experiência que ele teve em Cleveland, colocando Donovan Mitchell e Darius Garland para compartilharem a quadra deve ajudar. O novo treinador falou que achar formas diferentes de utilizá-los e valorizar seus pontos fortes é primordial. Ainda, Bickerstaff garante que manter um dos dois em quadra durante a partida é fundamental para que o time perfome.

Agora nos resta esperar e assistir o que o novo técnico será capaz de montar com um elenco tão peculiar. J.B. Bickerstaff no Detroit Pistons terá o mesmo sucesso que teve em Cleveland, elevando a franquia de volta à competição, ou será que vai sofrer como sofreu Monty Williams?


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