Ontem faleceram dois grandes nomes do esporte. Dikembe Mutombo, congolês de 58 anos, basquetebolista e grande humanitário. Integrante do Hall da Fama do esporte dele. E Pete Rose, americano de 83 anos, beisebolista, e completamente o oposto de Mutombo. Não integrante do Hall da Fama do esporte dele por conta de escândalo com apostas.
O que isso nos ensina?
Absolutamente nada. Mas eu queria que minha rede, que certamente não conhece nenhum dos dois, soubesse que os dois partiram no mesmo dia, no finzinho de setembro [já acordaram Billie Joe?]
Gigante dentro e fora de casa
Mutombo foi um dos maiores defensores da história do basquete. Com 2m18, dava tocos como ninguém. Jogou até depois dos 40, foi referência para toda uma geração, venceu 4 vezes o prêmio de Defensor do Ano. Mas isso não é o que ele mais fez de relevante em vida.
Vindo do Congo, Dikembe sabia todas as dificuldades que passou para conseguir performar no mais alto nível do esporte mundial. E ele deu de volta tudo que podia para poder melhorar as condições de quem sofria feito ele.
Em 1997, a esposa e Dike iniciaram a Fundação Dikembe Mutombo. Por décadas, ele se dedicou a projetos nas mais variadas áreas, sempre focando na inclusão, qualidade de vida e saúde pública dos mais necessitados. Mutombo ajudou a abrir hospitais, fundou escolas e sempre esteve presente no seu país de origem, apesar de ter adquirido cidadania estadunidense em certa altura da vida.
A vida pelo esporte
Já Pete Rose foi um cara oposto. Viveu o beisebol desde tenra idade. Por incentivo do pai, ele era aquela criança que só pensava naquilo, só vivia aquilo. No fim, ele nunca foi o mais forte, mais rápido ou mais alto. Mas era o que mais se dedicava. Na carreira longa e vencedora, aposentou com inúmeros recordes da MLB, liga de beisebol norte-americana. Dentre eles, um que ele dizia em vida que jamais seria batido: o de rebatidas válidas [provavelmente ele está certo, foram 4.256 rebatidas e o jogador com mais rebatidas em atividade, Freddie Freeman, tem 2.267].
Rose se envolveu em um escândalo de apostas depois da aposentadoria. Na verdade, ele era o Manager do time que o fez crescer no beisebol quando o escândalo veio à tona. Outro fato é que não existem provas cabais do envolvimento de Rose. Ele negou até a morte, mas, figura controversa que era, também assumiu.
Como assim?
Rose viveu uma vida no ostracismo midiático depois do escândalo. Ele foi banido pela vida inteira do beisebol. Ele jamais foi votado para o Hall da Fama do esporte. Pelo que fez dentro dos ballparks, ele entraria com certeza na primeira chance e, provavelmente, de forma unânime. Não aconteceu.
Então Rose viveu uma vida à beira do palco principal. Encontrava-se facilmente em Vegas, onde dizia ser uma ótima atração no custo x benefício. E, nessas brincadeiras, numa tarde ou outra de autógrafo, começou a assinar pedindo desculpas por ter apostado em beisebol.
O negócio cresceu e, hoje, você encontra muita memorabília com esse pedido de desculpas à venda nas casas de penhores e na internet.
É só um pedaço da personalidade controversa que era Pete. Amado pelos seus companheiros, execrado por parte da sociedade e exaltado pela outra parte.
Parece uma brincadeira do destino que os dois tenham morrido no mesmo dia.
Que descansem em paz.
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