Ao vender parte do Mavs, Cuban jogou luz sobre NBA do presente – e do futuro

Quem disse que bilionário pode tudo?

Há 24 anos, Mark Cuban comprava o Dallas Mavericks por $ 285 milhões. No ano passado, ele deixou de ser dono para se tornar proprietário de “apenas” 27% das ações do Dallas Mavericks, engordando, no processo, a sua fortuna estimada em mais de $ 5.7 bilhões – foram $ 275.9 milhões só de impostos devidos ao Estado pela transação.

Cuban não acha, porém, que esse patrimônio estará à altura dos “desafios financeiros” que os donos de franquias da NBA terão que enfrentar nos próximos anos.

Foi uma das razões que ele alegou ao explicar sua decisão de entregar o controle do Mavs, em uma participação como convidado do podcast The Roommates, apresentado por Jalen Brunson – seu ex-funcionário em Dallas – e Josh Hart, jogadores do New York Knicks. “Mesmo com todas as novas regras da CBA, para competir, você sabe, vai chegar uma hora em que você terá que lidar com grandes desafios financeiros“, ele alertou.

Ele fez questão de lembrar, contudo, que ainda terminou sua trajetória na NBA. “Mas ainda não estou fora, certo? Ainda tenho 27% do time, o que é mais do que provavelmente um terço dos outros proprietários por aí. Ainda estou totalmente dentro, ainda envolvido no basquete.”

Zeros e mais zeros

No programa do dia 20 de agosto, nós falamos um pouco sobre esses “big boys” aos quais Cuban se refere. De um lado, o dinheiro dos Fundos Soberanos de nações do Oriente Médio como os Emirados Árabes, que patrocinam a próxima edição da Copa NBA, a Arábia Saudita e o Qatar. Do outro, todo o poder do grupo de corporações conhecido como “Big Tech”, que já se faz patente na forma do acordo de direitos de transmissão assinado em julho.

Os sinais já estão aí. E nesse jogo de gigantes, toda a fortuna de Mark Cuban ainda precisaria de mais umas duas casas decimais para poder competir.

Assista ao episódio 2 do Podcast 48 e acompanhe o debate na íntegra:

Razões pessoais

Mas a questão financeira não é o único motivo do (relativo) afastamento de Mark Cuban. A decisão também envolve, evidentemente, questões familiares, depois de tanto tempo mergulhado em ambientes extremamente frenéticos e competitivos como a TV e o esporte.

Pelas mesmas razões, Cuban também está deixando o Shark Tank, célebre programa do qual ele é um dos apresentadores. “Foi tudo muito direto. No Shark Tank, que sempre gravamos em junho e setembro. Quando meus filhos eram mais novos, não tinha problema, porque, quando terminava de gravar, era como se estivéssemos de férias em família, indo para lá e para cá. Mas, quando eles se tornaram adolescentes, eles começaram a ditar as regras, certo? Então, eu queria ter meus verões livres. Já fiz o programa, tenho mais um episódio para gravar, e este é meu 15º ano. Não é como se eu não tivesse tido uma boa jornada, certo?”, reflete.

Além da vontade em si de passar tempo com a família, Cuban citou ainda o que para ele foi o fator mais importante de todos: não colocar, em nenhum de seus filhos, a pressão de assumir uma franquia da NBA.

Assista ao programa “The Roommates”, com Jalen Brunson e Josh Hart, na íntegra:

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