Virar o treinador de uma das maiores franquias dos esportes americanos já não deve ser fácil. De quebra, essa franquia tem um dos maiores nomes da história dos esportes. O desafio é grande. Mas, a princípio, J.J. Redick no Lakers sabe dos desafios e quer levar a franquia ao 18º título.
Logo após a demissão de Darvin Ham, os rumores já apontavam o ex-podcaster como sendo a escolha para assumir o comando do Los Angeles Lakers. A franquia de LA contou com recomendações do lendário Mike Krzyzewski, treinador de Redick em Duke. Dan Hurley, técnico de UCONN, chegou a receber proposta para morar na cidade dos anjos, mas rejeitou. Sem experiência como treinador profissional, Redick terá que passar por muitos desafios para provar que é capaz de levar a franquia novamente ao sucesso.
Recentemente, Redick deu uma entrevista à página do Lakers na NBA.com. Lá, falou um pouco de como pretende superar os percalços de treinar uma franquia que precisa estar sempre disputando campeonatos. Especialmente num cenário em que sua principal estrela está indo para a 22ª temporada e quer consolidar um legado ainda maior. Em suma, a pressão é dupla. Uma franquia que precisa vencer e uma das maiores estrelas da história que precisa que essa franquia vença sob o seu comando.
O desafio de montar elencos na NBA atual
Primeiramente, J.J. falou sobre como pretende abordar a montagem de elencos. O ex-jogador de Duke acredita que o melhor caminho seja através do desenvolvimento dos jogadores. Redick garante que é cada vez mais difícil, com as regras salariais atuais da NBA, encontrar cenários de troca viáveis.
“O Draft se torna cada vez mais importante. Quem você assina com menos peso – seus 2-way, seus jogadores de G-League, seus 12º e 13º nomes no elenco.“
Redick confia em uma visão holística do desenvolvimento dos jogadores. Primeiramente, quer que eles cheguem em quadra sabendo o que fazer, como ler o jogo, e não simplesmente dominar a bola e chutar. Para ele, precisa-se criar um ambiente em que o jogador vá ver, ouvir e fazer o que ele precisará realizar em quadra.
“O desenvolvimento dos jogadores: Isso vai além de somente ‘Olha, precisamos melhorar o drible’ ou ‘Veja, precisamos trabalhar no seu chute de 3’.”
Contudo, o desafio do novo técnico para chegar ao 18º título da franquia não está somente em realizar o treinamento e o desenvolvimento dos jogadores. Para ir longe, ele precisa tirar o máximo dos dois jogadores mais importantes do Lakers nos últimos anos: LeBron James e Anthony Davis.
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Anthony Davis: DPoY, ataque e disponibilidade
Sobre o pivô Anthony Davis, que vem de uma temporada com 24,7 pontos e 12,6 rebotes por jogo, Redick declarou que adoraria ser o técnico dele numa temporada que ele conseguisse o tão sonhado prêmio de Defensor do Ano. AD, apesar de ser reconhecido como um dos melhores defensores da geração, ainda não levou o prêmio.
Pela frente, Davis deverá lidar com concorrência do multi-vencedor Rudy Gobert (vencedor em 2018, 2019, 2021 e 2024) e da sensação francesa Victor Wembanyama (vice do prêmio nessa temporada). Se quiser levantar o troféu, jogadores como Giannis Antetokounmpo (vencedor em 2020) sempre podem aparecer no páreo. Numa premiação aberta, até antigos vencedores menos midiáticos, como Marcus Smart (2022) e Jaren Jackson Jr. (2023) podem aparecer na corrida. Mas, isso não preocupa ao técnico. Apesar de Davis ser extremamente reconhecido por sua defesa, Redick defende que, na verdade, ele é um cara diferenciado nos dois lados da quadra:
“As pessoas falam “Ele é ótimo ofensivamente, mas o real valor está na defesa.” Pra mim, o real valor valor dele é simplesmente ser Anthony Davis. Ele é um jogador de elite nos dois lados da quadra.“
Apesar do novo técnico não ter falado sobre o tema, é fácil crer que ele espera ter alta disponibilidade do pivô de 31 anos. Em 2023-24, o Lakers teve a presença de Davis na temporada regular em 76 partidas, maior número da carreira. É válido ressaltar que há 7 anos ele não chegava nem perto desse número, quando então vinha de duas temporadas com 75 jogos.
18º para o Lakers, mas o 5º para LeBron James aumentar o seu legado
Ao falar sobre LeBron, Redick disse que será uma honra treinar AD e os jovens que o Lakers possui, mas não só isso. Ele também está muito orgulhoso de participar dessa reta final de carreira de LeBron James. Garante que quer de ajudá-lo nessas “últimas entradas”, numa referência a uma partida de beisebol.
Não deu muitos detalhes de como pretende utilizar o King, mas, sinceramente, ninguém espera que aconteçam muitas mudanças. Sabemos que é difícil que LeBron não seja o próprio definidor de como irá jogar na próxima temporada. Redick até falou sobre como pretende abordar essa situação única: com comunicação. Não são muitos jogadores do nível de James que chegam a uma quilometragem tão alta com um desempenho como o dele. Para bom entendedor, meia palavra basta: LeBron avisa o que pretende fazer, Redick deve acenar a cabeça. O Rei é durável, mas a oportunidade de janela para aumentar ainda mais seu legado pode estar chegando ao fim.
Para o 18º título: elenco para que te quero?
Não se pode viver com somente dois jogadores, então o novo técnico ainda falou sobre sua ansiedade para treinar Austin Reaves. Redick elogiou demais seu novo comandado, especialmente o aspecto competitivo do armador. O treinador ainda disse que pretende ajudá-lo de forma diferente no ataque, para que ele não chegue no final da temporada tão cansado. Reaves jogou as 82 partidas da temporada regular no último ano.
Para finalizar, Redick ainda falou sobre jogadores complementares como Jarred Vanderbilt e Rui Hachimura. Vando, como o primeiro é conhecido, teve uma temporada repleta de lesões e é uma esperança que consiga jogar a próxima com mais consistência. Para Redick, ele é o tipo de jogador que nós vemos em diversos times que têm tido sucesso nos playoffs, oferecendo muita energia e defesa.
J.J. Redick assume o Lakers sabendo os desafios e querendo levar a franquia ao 18º título. Sem dúvida ele quer passar a imagem que está pronto e também deixou claro que terá apoio de toda a família. Seus filhos, ao saber que se mudariam para Los Angeles, ficaram felizes da vida. O motivo? No fuso da cidade californiana, as rodadas da temporada regular começam às 16h30.
Inegavelmente é algo que ele precisa para sobreviver à pressão de comandar uma franquia tão grande. O desenvolvimento dos jogadores, o apoio do elenco experiente e uma família feliz da vida de morar na Costa Oeste dos Estados Unidos.
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