A última quinzena foi decisiva para os negócios de dois parceiros importantes da NBA.
Primeiro, no último dia 14, a Justiça norte-americana aprovou o plano de recuperação judicial apresentado pelo Diamond Sports Group, cujas emissoras transmitem localmente as partidas de treze dos times da liga.
E depois, nesta segunda-feira (18), a NBA e o conglomerado Warner Bros Discovery anunciaram que finalmente atingiram um entendimento quanto ao litígio que existia desde quando foi anunciado o acordo de 11 anos com a Amazon.
Esses dois desenlaces trazem um pouco mais de clareza sobre o futuro das transmissões da NBA, nos Estados Unidos (nacionalmente, mas também no plano local) e no mundo, uma história que tem sido extensivamente tratada pelo 48 Minutos.
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Os detalhes
Algumas horas depois do acordo anunciado entre NBA e Amazon – que essencialmente tirava a TNT do tabuleiro – a Warner Bros Discovery publicou um comunicado na rede X. Revelou que havia igualado a oferta da gigante do streaming, e que a liga tinha a obrigação contratual de aceitá-la.
O “barulho” pode não ter servido para recuperar os direitos de difusão da liga, mas o acordo desta semana mostra que ele provavelmente tinha fundamento.
A Warner Bros Discovery pode dizer que não deixou a parceria com a NBA de mãos abanando: manteve os direitos internacionais tanto do programa “Inside the NBA”, que passa para a tela da ESPN/ABC/Disney+, quanto para os canais Bleacher Report e o House of Highlights, que poderão exibir lances, para o mundo inteiro, nas redes sociais ou usá-los em programas originais. A TNT ainda vai poder adicionar ao seu catálogo novas atrações como jogos da conferência Big 12 do NCAA, além de eventos como Roland Garros e Nascar.
Casa nova… ou quase isso
Outro problema resolvido com o aperto de mão entre Adam Silver e os executivos da Warner foi o futuro do programa “Inside the NBA”, o mais popular dentro do ecossistema da liga.
A atração comandada por Ernie Johnson, Charles Barkley, Shaquille O’Neal e Kenny Smith teve a sua continuidade assegurada. E apesar de ser transmitida pela ESPN, deve continuar sendo produzida nos estúdios de TNT, em Atlanta.
Nos últimos meses, um certo clima melancólico de despedida já aparecia em algumas edições do show, que era reforçado por declarações fora do ar de seus integrantes.
De agora em diante, porém, o clima tem tudo para mudar radicalmente. Johnson e Barkley, apesar de já ter até declarado que pretende se aposentar, têm contrato vigente com a Warner, enquanto O’Neal e Smith teriam todo o interesse em renovar com a emissora, segundo artigo publicado por Andrew Marchand no The Athletic.
O autor nota ainda que o acordo costurado por James Pitaro, CEO da ESPN, reforça uma tendência recente na emissora, que sempre centralizou a sua produção em Bristol, Connecticut, mas tem sido mais flexível ao fechar acordos com seus mais recentes contratados. O âncora Pat McAfee, por exemplo, comanda seu popular show a partir de Indiannapolis, enquanto Peyton Manning produz seu “Manningcast” de casa, em Denver.
Diamond de volta ao jogo
Depois de 20 meses sob a ameaça da falência, o Diamond Sports Group teve sua recuperação judicial aprovada. De acordo com o conglomerado, quase todos os seus contratos vigentes foram renegociados, eliminando mais de $ 8 bilhões (!) em dívidas ao longo do processo, e reconhecendo que vinha trabalhando com balanços superalavancados com quase $ 9 bilhões em “dívida financiada”.
Na decisão, o juiz disse entender que muitos empregos estavam sendo protegidos ao permitir que o Diamond Sports se reestruture. No entanto, ainda há bastante pessimismo por parte de alguns times parceiros do grupo, segundo as fontes entrevistadas pelo The Athletic.
O portfólio do Diamond Sports na NBA inclui 13 franquias, cujos jogos atualmente vêm sendo transmitidos na versão rebatizada da finada Bally Sports, a FanDuel Sports Network. O grupo deve vender pacotes de subscrição, mas os jogos também poderão ser adquiridos via Amazon Prime, por uma taxa adicional. Aqui, nada de novo: é só mais um dia de rio correndo em direção ao mar.
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